domingo, 28 de outubro de 2012

O que o Senhor quer de nós? Coerência de vida


Hoje, o Senhor está nos colocando em xeque, assim como fez com todo o povo de Israel que observava a lei, oferecendo sacrifícios a Ele e fazendo orações conforme eram prescritas, mas a vida deles não correspondia às suas orações. O Senhor, então, é muito direto ao lhes dizer: "Povo meu, que te fiz, ou em que te contristei? Responde-me" (Miquéias 6,3).

Deus enumera os milagres e prodígios que fez por aquele povo e diz que para Ele não bastavam apenas os sacrifícios e os atos externos, pois o que precisava era do coração sincero e da vida deles. O que o Senhor quer de nós? Ele quer que pratiquemos a justiça e que andemos com humildade, seguindo Seus mandamentos.

Esta é a Palavra, para nós, no dia de hoje. Aquele povo fazia sacrifícios, mas não mudava de vida. Nós não somos maus, graças a Deus, mas também não temos coragem de ser inteiramente do Senhor. Preferimos ficar na mediocridade, ou seja, "no mais ou menos". Por essa razão precisamos recordar constantemente o que Jesus disse: "Assim porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca". E Cristo voltou a lhes perguntar (assim como pergunta a nós): "O que foi que Eu lhes fiz?" Respondamos, com sinceridade, ao Senhor.

Monsenhor Jonas Abib



Leitura Bíblica: Marcos 10, 46-52

O evangelho de hoje nos conta a historia de um cego que não desistiu de sua cura, que não desistiu de clamar pela piedade do Senhor. Assim como em vários momentos da Bíblia, Jesus estava de passagem, peregrinando de uma região para outra, e em companhia de seus discípulos e uma grande multidão.


O cego Bartimeu, que em aramaico quer dizer filho de Timeu, encontrava-se as margens do caminho, sem nome, sem valor, sem amigos, apenas com sua solidão, tristeza e aflição, as margens da vida e da sociedade. Entretanto, apesar da sua impossibilidade de enxergar os milagres que Jesus já havia realizado, e mais ainda, da impossibilidade de ver que Jesus era um no meio daquela multidão; ele teve a fé necessária para crer que este Jesus (homem de quem todos falavam) seria capaz de curá-lo. E com toda sua fé e o pouco de esperança que lhe restava ele clamou: "Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!".

O interessante é perceber que nesta época todos acreditavam que as doenças eram "respostas" aos pecados cometidos; e este simples e humilde cego pedia a piedade de Cristo, pedia e clamava como se fosse realmente a última oportunidade de salvação, e realmente era! Jesus estava indo para Jerusalém, era festa da páscoa; todo seu sofrimento e doação seriam nos próximos dias, e ele provavelmente não encontraria mais este cego. Porém, os discípulos e a multidão não compreendiam a importância do milagre na vida deste cego, e o repreendiam, pedindo que se calasse. Mas, dentro dele o seu coração batia mais e mais forte, ele não estava preocupado com os outros, mas com Jesus, com sua cura. Então ele gritava mais forte, como se sua cura dependesse da sua força de vontade, da sua luta: "Filho de Davi, tem piedade de mim!" Quando os discípulos o chamaram, a pedido de Jesus: "Coragem, levanta-te, Jesus te chama!", o cego jogou o seu manto (manto que talvez o tenha aprisionado a tanto tempo, não como um tecido qualquer envolto ao corpo, mas como forma de auto-condenação, de negação de quem ele mesmo é; manto que carregava junto a ele toda vergonha, toda angústia, todo pecado), despiu-se de toda e qualquer barreira e foi ao encontro do Cristo.

Outra parte interessante desta leitura é que Jesus sabia o que o cego desejava, mas ainda assim ousou perguntar: "Que queres que eu te faça?" e o cego respondeu: "Mestre, que eu veja!". Esta simples intenção de "VER" vai muito mais além do enxergar formas e cores. Jesus estava dando uma nova vida a este homem, uma nova oportunidade de se "ver" como um homem novo. E como após todo milagre, Jesus lembra: "Vai, a tua fé te curou"; e é exatamente isto, a Fé opera milagres.

Manuele Jardim - http://reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com.br