domingo, 5 de abril de 2015

A ciência do Amor

Ciência do amor, oh! sim, tal palavra repercute, suavemente, ao ouvido de minha alma. Não desejo outra ciência senão esta. Depois de dar por ela todas as minhas riquezas, acho, como a esposa dos Cantares, que não dei nada... Compreendo, perfeitamente, que só o amor nos pode tornar agradáveis ao Bom Deus, sendo esse amor o único bem que ambiciono. Jesus se compraz em apontar-me o único caminho que conduz a essa fornalha divina. O caminho é o abandono da criancinha que adormece sem temor nos braços de seu pai... "Todo aquele que é pequenino, venha a mim", disse o Espírito Santo por boca de Salomão, e o mesmo Espírito de Amor declarou ainda que "com os pequeninos se usará de comiseração".

Em seu nome, revela-nos o profeta Isaías que, no último dia, "o Senhor conduzirá seu rebanho às pastagens, reunirá os cordeirinhos e os aconchegará contra o peito". E como se todas estas promessas não bastassem, o mesmo profeta, cujo olhar inspirado já se embebia nas profundezas da eternidade, apregoa em nome do Senhor: "Como uma mãe acarinha seu filhinho, assim vos consolarei, carregar-vos-ei ao peito, acariciar-vos-ei ao peito, acariciar-vos-ei no regaço".

Diante de tal linguagem, nada se pode fazer senão emudecer e chorar de gratidão e amor... Oh! Se todas as almas débeis e imperfeitas sentissem o que sente a mais pequena de todas as almas, a alma de vossa Teresinha, nenhuma delas se desesperaria de atingir o cume da montanha do amor, visto que Jesus não exige grandes feitos, mas unicamente o abandono e a gratidão, pois declarou no Salmo 49: "Não tenho precisão dos bodes de vossos rebanhos, porque todas as feras das selvas me pertencem, os milhares de animais que vivem nos montes. Conheço todas as aves das montanhas... Se tiver fome, não será a ti que o direi, porque minha é a terra e tudo que nela se contém. Serei, por acaso, obrigado a comer carne de touros e a beber sangue de cabritos? ... IMOLAI A DEUS SACRIFÍCIOS DE LOUVOR E DE AÇÕES DE GRAÇAS".

Eis aí tudo o que Jesus exige de nós. Não precisa de nossas obras, mas unicamente de nosso amor, pois o mesmo Deus declara não ter necessidade de dizer-nos, quando está com fome, não se corre de mendigar um pouco de água à Samaritana. Tinha sede... Mas, quando disse: "dai-me de beber", era o amor de sua pobre criatura que o Criador do Universo reclamava. Tinha sede de amor... Oh! sinto mais do que nunca, Jesus está com sede. Entre os discípulos do mundo, só encontra ingratos e indiferentes; entre seus próprios discípulos, infelizmente, só encontra poucos corações que a Ele se entreguem sem reserva, que compreendam toda a ternura de seu amor infinito.

Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face