sexta-feira, 19 de outubro de 2012

#FicaAdica 42



Com certeza, você deve ter consciência de que tudo nesta vida passa, por isso, a nossa existência precisa ser motivada pelo desejo de possuir a Deus e de nos deixarmos ser possuídos por Ele. Não podemos nos agarrar às coisas passageiras, porque todas elas são apenas pontes para nos levar ao Senhor. "Os céus narram a glória de Deus, o firmamento proclama a obra de suas mãos" (Sl 19,2). Todas as coisas encontram o seu sentido perfeito em Deus Todo-poderoso. Não podemos parar nas "pontes" da vida, mas sim, atravessá-las a fim de encontrarmos o sentido da nossa esperança: Deus. Com grande facilidade, ficamos apegados a bens materiais, pessoas e a nós mesmos, mas precisamos nos desvencilhar de tudo que é efêmero e nos agarrar somente àquilo que é eterno. Peçamos ao Senhor que nos ajude a nos desapegar de tudo e de todos para que possamos servi-Lo com amor, gratidão e perseverança. Jesus, eu confio em Vós!

Luzia Santiago

Leitura Bíblica: Lucas 12, 1-7


“Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais” (Lc 12,6-7)

Quanto vale um pardal? Quase nada. Avezita comum, de voz estridente e sem maiores atrativos, compram-se dois deles por um ceitil (isto é, 10 gramas de cobre ou a décima parte de um dia de trabalho!). Não tem o canto melodioso nem uma plumagem exótica. Apesar desse valor tão ínfimo, sua pequena vida está sob a supervisão do Criador.

E nós, os filhos? Quanto valemos? Estaremos também nós sob os olhos vigilantes de um Deus paternal? Naturalmente que sim, ainda que uma “teologia da grandeza” tenha projetado universalmente a imagem de um Deus Todo-poderoso, arquiteto do Universo, mecânico dos planetas, Júpiter Tonante ocupado demais com a ordenação cósmica para gastar com os pequeninos um pedaço de sua olímpica eternidade...

Mais de uma vez, o Mestre de Nazaré tentou mudar a concepção de seus contemporâneos, apresentando-lhes uma visão radicalmente diferente de Deus, com sua face terna e paterna, um Deus que se comove exatamente com nossa fragilidade. Hoje, espero que você se livre definitivamente dessa triste imagem ao ler meu soneto “Contemplação”:

          Olho as aves do céu... Vejo os pardais
Saltitando no rude calçamento
Da rua, onde encontram alimento
Que graciosamente Vós lhes dais...

Vejo o lírio do campo... Muito mais
Que Salomão, seu raro vestimento
Reflete a luz do sol no firmamento
Com os fios de ouro que fiais...

          Sois tão grande, meu Deus, mas dos pequenos
Atendeis o mais leve dos acenos,
Enquanto a noite vem e o dia vai...

Ah! Se os grandes soubessem tudo isso,
Dariam menos tempo ao seu serviço
Para buscar em vós o amor do Pai!

Antônio Carlos Santini, Comunidade Católica Nova Aliança.