sábado, 30 de junho de 2012

Acreditar e agir

Um viajante ia caminhando em solo distante, as margens de um grande lago de águas cristalinas. Seu destino era a outra margem.

Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem coberto de idade, um barqueiro, quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo.

O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. Logo seus olhos perceberam o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, o viajante pode observar que se tratava de duas palavras, num deles estava entalhada a palavra ACREDITAR e no outro AGIR.

Não podendo conter a curiosidade, o viajante perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro respondeu pegando o remo chamado ACREDITAR e remando com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo AGIR e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.

Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, remou com eles simultaneamente e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago chegando ao seu destino, à outra margem. Então o barqueiro disse ao viajante:

- Esse porto se chama autoconfiança. Simultaneamente é preciso ACREDITAR e também AGIR para que possamos alcançá-la.



Do livro "Sabedoria em Parábolas", Prof. Felipe Aquino







Por que são tão medrosos?

Muitos procuram explicar quem é Jesus. Os discípulos estão na barca em direção à outra margem. O dia está para terminar. “Passar para a outra margem” do lago Genesaré significa ir a outros povos (pagãos) para levar a eles a força da semente. Ser comunidade cristã é estar a caminho, e este é, muitas vezes, penoso e assustador.

Jesus participa da travessia cheia de perigos e conflitos, mas tem-se a impressão de que Ele, ao dar a ordem de passar para o outro lado, toma a iniciativa e precede os discípulos no embarque. O evangelista recorda que "havia outras barcas para ele", sinal de que não só a comunidade dos primeiros discípulos, mas as de todos os tempos e lugares são convocadas a atravessar.

A travessia é difícil e perigosa. Levanta-se um furacão no mar da Galileia, o qual sintetiza as forças geradoras do mal e hostis ao projeto de Deus. A cena toda possui caráter simbólico e catequético, ajudando a buscar, descobrir e superar todos os conflitos que emperram ou tentam sufocar o projeto de vida e liberdade, herança deixada por Jesus aos cristãos.

Em meio aos conflitos, as comunidades têm a sensação de que Jesus está alheio aos dramas e tempestades que as ameaçam. Ele está na parte de trás da barca e dorme sobre um travesseiro.
Aos discípulos cabe a tarefa de remar, enfrentando o furacão. Daí a pergunta um tanto irônica dos discípulos: “Mestre, não te importas se vamos perecer?”

É um pouco a sensação dos que não acreditam, fortemente, na força que levam consigo no barco. De fato, as ordens de Jesus ao vento e ao mar: “Silêncio! Cale-se! E a consequente bonança obtida revelam quem Ele é.

Aplacar o mar e amansar suas ondas é, segundo o Antigo Testamento, prerrogativa exclusiva do Senhor. Em Jesus age Deus. Cristo tem o mesmo poder do Pai de reduzir ao silêncio e ao nada o que impede às comunidades cristãs a realização do projeto divino. Mais do que um Jesus taumaturgo, o Evangelho nos fala de Alguém a quem os cristãos precisam aderir plenamente, como condição única para realizar com sucesso a travessia. ”Por que são tão medrosos? Ainda não têm fé?”

Só os que, de fato, aderem plenamente ao Senhor é que poderão reconhecê-Lo como Filho de Deus.

Dom Eurico dos Santos Veloso, Arcebispo Emérito de Juiz de Fora

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Os dedos teclam o que está no coração!

Recentemente, um artigo publicado na edição on-line da revista Science tentou responder quantas informações há dando voltas ao mundo. O número é algo impressionante: 295 exabyte, ou seja, “315 vezes todos os grãos de areia da face da terra”, segundo os cálculos de uma agência de notícias.

Um outro dado interessante é que quase todas essas informações são frutos da era digital e estão armazenadas em servidores ou na nossa troca de informações por intermédio de aparelhos tecnológicos, como celulares, GPS e televisores.

Duas perguntas me vieram ao pensamento: “Como contaram os grãos de areia da face da terra?” e “Para onde caminha a humanidade com tantas palavras?”.
De fato, estamos na era da informação, sendo plasmados pela cultura “high-tech”, pelo sistema “very fast” (muito rápido). Comemos rápido, andamos apressados, trabalhamos de modo ligeiro, convivemos pouco, vivemos estressados – sinta-se livre para colocar mais sinônimos.

Mas, talvez, o perigo maior não esteja na quantidade ou na velocidade da informação em si, mas na seleção das verdadeiras palavras, no discernimento do que estou recebendo, porque o receptor de todos esses “bytes” é o homem.

Em nossa cultura digital, nem tudo o que transborda é verdadeiramente uma palavra que preencha o coração do homem. Uma prova disso é que temos 5 mil “amigos” ou seguidores nos nossos perfis de redes sociais e quando deitamos a cabeça no travesseiro parece que a solidão também faz parte do nosso grupo de “followers” (seguidores).

Talvez, se fizessem uma pesquisa, constatassem que o aumento de palavras (informações) no mundo também é proporcional ao aumento do vazio interior do homem, pois “[O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1, 9-11)

Sim, estamos sedentos de ouvir Deus falar. No fundo do coração e de sua consciência, o ser humano quer Deus e O procura; mas “como invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue?” (Rom 10, 14).

Eis aqui o desafio que nos é proposto por Bento XVI: mostrar o Rosto de Cristo nesta cultura digital.

Teclar o que está contido num coração conquistado por Jesus, mostrar que o pedido da humanidade ainda está contido na prece que fazemos em cada Eucaristia: “Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo”.

Em meio a “exabytes” de vozes, guardemos “A Palavra” e fiquemos com Jesus Cristo, para que o mundo seja salvo. Basta o Verbo, o Filho de Deus, revelado a nós e transbordado por nosso intermédio para que, também, essa cultura “high-tech” sinta o suave “perfume de Cristo” (cf. II Cor 2, 15).

Esta é a profecia que devemos levar ao mundo digital, pois, se a boca fala do que está cheio o coração, os dedos teclam o que também está nele.

“Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós” (Atos 17, 27)

Convido você para atender o apelo de Bento XVI no mundo digital. Vamos fazer uma “Revolução Jesus” na internet e ecoar a Palavra de Deus que diz “Desperta, tu que dormes! Levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará” (Ef 5, 14).


Daniel Machado – site http://reporterdecristo.com

Oração no Cristo Redentor

Para confirmar uma amizade,
melhor, para afirmar uma fraternidade
– porque Deus cuida paternalmente de todos
e quer que os homens constituam
uma só família humana –,
convido a rezarmos juntos
a oração que Cristo Redentor nos ensinou.
Dirijo este convite a todos, onde quer que estejam:
na rua, no lar, no automóvel, no local de trabalho
ou de encontro, no hospital, no presídio...
Toda a cidade convido a rezar comigo:

"Pai nosso, que estais no céu...

E que este momento de encontro e de encantamento
perdure em nossos corações e em nossa memória,
e se torne fonte de paz e de graça para todos:
ricos e pobres, fracos e poderosos
e, de modo especial os “mais pequeninos”,
que sofrem no corpo ou na alma.
Com o valioso auxílio da Mãe de nossa confiança,
Nossa Senhora Aparecida.
Amém.



(Papa João Paulo II, por ocasião da visita ao Corcovado, Rio de Janeiro, 02/07/1980)


(CIC) Creio no Espírito Santo II

"O que está em Deus, ninguém o conhece senão o Espírito de Deus" (1 Cor 2,11). Ora, seu Espírito que o revela nos conhecer Cristo, seu Verbo, sua Palavra viva, mas não se revela a si mesmo. Aquele que "falou pelos profetas" faz-nos ouvir a Palavra do Pai. Mas, ele mesmo, nós não o ouvimos. Só o conhecemos no momento em que nos revela o Verbo e nos dispõe a acolhê-lo na fé. O Espírito de Verdade que nos "desvenda o Cristo "não fala de si mesmo". Tal apagamento, propriamente divino, explica por que "o mundo não pode acolhê-lo, porque não o vê nem o conhece", enquanto os que crêem em Cristo o conhecem, porque ele permanece com eles (Jo 14,17).

A Igreja, comunhão viva na fé dos apóstolos, que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo:
- nas Escrituras que ele inspirou;
- na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais;
- no Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;
- na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com Cristo;
- na oração, na qual Ele intercede por nós;
- nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
- nos sinais de vida apostólica e missionária;
- no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvação.


Catecismo da Igreja Católica, §§ 687/688

quinta-feira, 28 de junho de 2012

As pétalas de rosas e os espinhos

Um homem quando nasceu foi lhe dado uma cesta de pétalas de rosas e uma cesta de espinhos.

E lá foi o homem pela sua vida caminhando. De vez em quando jogava umas pétalas de rosas aqui, outras ali ao chão e muitas e muitas vezes jogava espinhos...

E lá foi o homem caminhando, jogando poucas pétalas de rosas e muitos espinhos ao chão... Quando chegou no fim da sua vida, a cesta de pétalas de rosas estava praticamente cheia, enquanto a de espinhos estava quase vazia, e diante de Jesus lhe perguntou:

- Jesus, aqui estou, já terminei a minha missão, o que faço agora?

E Jesus com os olhos naquele homem, respondeu-lhe:

- E agora, meu filho, volte pelo mesmo caminho que você veio. Espalhe amor e alegria pela sua vida, tratando bem o seu semelhante e todos os seres existentes nesta terra, pois, certamente, se não o fizer, sofrerás mais tarde a dor dos espinhos nos seus pés. 


Fonte: internet

 

O homem prudente edificou a sua casa sobre a rocha

Desde o momento da sua conversão que o bem-aventurado Francisco, sábio como era, quis, com a ajuda do Senhor, estabelecer solidamente a sua casa, isto é, a sua Ordem dos Frades Menores, sobre rocha sólida, ou seja, sobre a altíssima humildade e a suprema pobreza do Filho de Deus.

Sobre uma profunda humildade porque, desde o princípio, mal os irmãos começaram a crescer em número, recomendou-lhes que permanecessem nos hospícios para tratarem dos leprosos. Então, quando os postulantes se apresentavam, quer fossem nobres, quer plebeus, eram avisados de que deviam ficar a cuidar dos leprosos e a viver nas suas enfermarias.

Sobre uma imensa pobreza porque na sua Regra se diz, com efeito, que os irmãos devem habitar nas suas casas «como estrangeiros ou peregrinos, a nada aspirando neste mundo» a não ser à santa pobreza, graças à qual o Senhor os alimentará nesta vida com a virtude e o alimento corporal, o que lhes valerá o céu como herança na outra.

Também para si próprio Francisco escolheu o alicerce duma perfeita humildade e duma completa pobreza, e embora tenha sido uma grande figura da Igreja de Deus, por escolha própria quis ser dos últimos, não só na Igreja, como também entre os seus irmãos.

Vida de São Francisco de Assis, conhecida como «Coletânea de Perúgia»
Fonte: http://profeciasdodia.blogspot.com.br

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Perdão: coisa de gente inteligente

Uma de nossas reações mais comuns diante do sofrimento é a busca de justificativas e culpados para tais situações.

Não é fácil lidar com a dor, mais difícil ainda é enfrentar perdas e injustiças. Qual o pai que ao perder seu filho em um assassinato não ficará revoltado? A dor humana é compreensível e não pode ser pormenorizada, porém, precisamos aprender a trabalhá-la em nós.

Diante da injustiça, a mágoa e a revolta são consequências reais, contudo, a história nos revela que tais realidades são apenas consequências e não remédio.

A violência sempre gera somente mais violência, desencadeando assim um gradativo processo de disseminação do ódio, o qual nunca encontrará o seu final.

Mas como dar um fim a esse processo? Para a violência se ausentar é necessário que haja consciência de que um dos lados precisa ceder, perdoar.

Somos muito orgulhosos em consequência do pecado original enraizado em nós, e por vezes, contemplamos as situações somente a partir do ângulo de nossas próprias razões. Nunca queremos dar o braço a torcer, e sempre queremos ter a razão, e, muitas vezes, a temos mesmo. Porém, "amar significa perder para ganhar", perdoar é superar a própria razão por uma realidade mais nobre.

Por mais injustiçados que já tenhamos sido, a atitude mais racional diante de tal situação é o perdão. A mágoa nos torna pequenos e empobrecidos, além de nos causar inúmeras enfermidades de acordo com muitos dados científicos.

O portador do ódio é sempre o mais prejudicado. Quando estamos magoados pensamos na pessoa que nos causou essa mágoa durante 24 horas por dia, e acabamos por "aprisioná-la" dentro de nós. Aquele que alimenta o ódio enxerga somente a si mesmo, o seu sofrimento, fragmentando a própria existência e deixando de lado outras realidades essenciais.

Quem vive magoado, não tem qualidade de vida, não tem paz...

Perdoar é extinguir a trama de significações que o ódio produz em nós, e libertar-se para descobrir a beleza até mesmo na desventura.

Sei que em determinadas situações o perdão não é coisa fácil, porém, perdoar é questão de decisão e não de sentimento. A graça de Deus não nos desampara, ela está sempre pronta a auxiliar aqueles que querem verdadeiramente viver a reconciliação.

Não perca mais tempo, liberte-se da mágoa, porque existe muita vida para se viver, e muita alegria para se conquistar. Coragem!


Padre Adriano Zandoná, Comunidade Canção Nova

terça-feira, 26 de junho de 2012

Aos que estão em silêncio...



“Ninguém conhece o filho senão o pai, 
e ninguém conhece o pai senão o filho 
e aquele a quem o filho quiser revelar” 
(Mt 11,27b)




Hoje ao levantar ouvi alguns pássaros cantando na laranjeira do muro. Um bando de passarinhos... de vez em quando ficavam nos galhos da laranjeira e depois voavam alto.

Surgiu de repente na minha cabeça: como é bela a vida! Até os pequeninos sentem-se felizes, como se estivessem valorizando o sentido da vida e como se estivessem dando um bom dia a nós que estávamos em silêncio!

Bom dia, passarinhos. Passem para mim suas alegrias!

Obrigada, Senhor!

Josefa Veneranda Dantas, em 13/07/2005



A fé vence o medo e a dor


“Tende coragem e um coração firme, vós todos que esperais no Senhor” (Sl 30,25)

A fé leva-nos a vencer qualquer obstáculo que apreça em nossa vida, a transpor qualquer montanha, a superar qualquer problema.

É a fé em Jesus que nos sustenta enquanto vivemos. Às vezes, somos tentados a querer fazer todas as coisas somente pela nossa força humana e acabamos nos decepcionando; mas quando nos deixamos guiar pela fé, somos capazes de olhar além das nossas limitações e das situações e atraímos os favores de Deus, porque nos tornamos agradáveis a Ele.

Não podemos nos abater diante das situações, porque o Senhor é bom para os que nele confiam.

“Cairão mil ao teu lado e dez mil à tua direita; mas nada te poderá atingir” (Sl 91,7)

Jesus, eu confio em vós!


Do Livro “Comece bem o seu dia”, Luzia Santiago




segunda-feira, 25 de junho de 2012

Uma busca sem fim


O ser humano, sem jamais desfalecer, é um ser desinquieto, curioso, que adora ser desafiado na sua inteligência. Ele quer saber por que o sol brilha sem cessar; quer desvendar o logro de casas mal-assombradas; quer dominar as energias do universo; deseja devassar os segredos de nossas tendências mórbidas. Isso tudo é causa do progresso das ciências, e motivação sem fim de viver. É assim que ultrapassamos de longe os animais, que nada sabem sobre energia elétrica, sobre doenças causadas por micróbios, sobre a grande explosão do big bang, e muito menos dão notícias sobre energia atômica, ou a formação do universo. A curiosidade humana é espicaçada pelos segredos da natureza. O cosmos tem as suas leis, que precisam ser postas à luz do dia. “Multiplicai-vos e dominai a terra”  (Gen 1, 28).  O Criador envolveu tudo em véus de mistério. O ser humano sente necessidade de levantar os invólucros dessa realidade escondida, porque são provas da presença de um Ser sumamente inteligente. Esse é um modo de dialogar entre seres racionais. É uma sublime comunicação entre criador e criatura, cujo ápice é o encontro de amor, revestido de liberdade sem limites.

Mas o próprio Ser Amoroso nos advertiu contra escolhos, que podem afundar nossas melhores intenções. “Não te prostrarás diante de deuses falsos” (Ex 34, 14). E um dos mais perigosos deuses, que desviam a inteligência humana para o abismo do nada, é o “ego” que, pelo fato de ter descoberto alguma coisa, se julga o centro do universo. Por isso, a grande busca não será esquadrinhar o átomo, ou elaborar a teoria quântica, ou ainda aprender a domar todas as energias do cosmos. A busca eterna será conhecer a Deus, o mistério por excelência. Essa tentativa de compreensão será matéria eterna para o nosso amor. A busca de compreender a matéria, ou a anti-matéria, um dia poderá se encerrar. Teoricamente podemos chegar a perscrutar todos os enigmas, deslindar todos os problemas, ter conhecimento de todos as forças escondidas na natureza. Mas o Ser por excelência, o único necessário, o nosso Pai amoroso, precisamos de uma eternidade para compreender. “Eu sou o que sou” (Ex 3, 14).


Dom Aloísio Roque Oppermann

A exemplo dos santos


Baseados nos admiráveis exemplos que nos deixaram tantos fervorosos discípulos de Jesus Cristo, envergonhemo-nos de nossa negligência e tomemos ânimo para seguir decididamente suas pisadas. Repitamos com frequência aquelas palavras de Santo Agostinho: “Que! Não poderei eu o que tantos outros puderam?!”. E acrescentemos como o Apóstolo: “Eu por mim nada posso, mas posso tudo naquele que me fortalece” (Fl 4,13).

Toda a nossa força consiste em sentir nossa fraqueza e em conhecer-lhe o remédio, que é a graça do divino Mediador.

Dai-nos, Senhor, a graça especial de amar vossos divinos conselhos, dai-nos fortaleza para guardá-los como mandamentos vossos e fazei não tenhamos maior destino do que sermos sempre fiéis e zelosos em imitar os exemplos dos que, em vosso nome, nos ensinam o caminho da santidade.


Do Livro “Imitação de Cristo”

domingo, 24 de junho de 2012

O homem da lanterna




Aquele homem simples que nem sequer sabia falar
tinha uma luz que, naquela hora e naquele lugar,
você não tinha .
Seu carro enguiçou e, não fosse por ele,
você teria que dormir na estrada perigosa .
Ele veio todo humilde, falando errado ,
mas agindo certo , com a sua luz salvadora .
Levou você a quem podia consertar seu carro
e devolver você ao caminho .
Não fez nenhum discurso : só iluminou sua estrada.
Você era o doutor e ele o iletrado e o inculto.
Mas quem ficou sem luz foi você , não ele .
Quem ficou nas trevas foi você , não ele .
Quem precisou foi você , não ele .
A luz dele salvou você!.
Da próxima vez que achar que só você é um iluminado
lembre-se daquele homem simples.
Ele também , na hora certa e do jeito certo, iluminou você
A nosso modo todos temos as nossas trevas,
e à modo deles , os outros têm as suas luzes .
Por isso, dialogue a aprenda sempre .
Você nunca sabe quando vai precisar da luz dos outros.
Quem acha que já tem todas as luzes de que precisa
não entendeu a vida!
Nunca seremos iluminadores se não nos deixarmos iluminar…


Padre Zezinho - http://www.padrezezinhoscj.com

Aquele que preparou os caminhos do Senhor


Todos aprendemos a ter um carinho especial e delicada devoção por  João, o Batizador, o Batista, o filho da velhice de Isabel e de Zacarias.  Quando chega sua festa tantos fatos e tantos acontecimento de sua vida chegam para povoar de jubilo nosso coração. Ele é aquele que prepara os caminhos do Senhor e, feita sua missão, desaparece. Era tão grande aos olhos dos seus contemporâneos que chegou a ser confundido com o Messias.  Precisou  dizer com força:  “Não sou o Messias.  Depois de mim vem alguém mais importante. Dele nem sou capaz de desatar as sandálias de seus pés”.

A Igreja aplica a João Batista  a passagem de Isaías proclamada na liturgia de hoje: “O Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe  ele tinha em mente o meu nome”.  João é chamado por Deus.  A Escritura sempre nos coloca diante do mistério da vocação.  Ele seria o preparador dos caminhos.  Um dia, ainda no seio de sua mãe, o menino saltou de alegria quando  Maria, grávida do Menino Luz, foi visitar a prima Isabel.

“Fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de  sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava…”.  O homem do deserto, o homem do silêncio, o profeta da conversão, o homem da limpidez e do discurso contundente. Toda a figura do Batista exala  transparência, força e apelo à mudança.  Sua missão foi a de preparar os corações das pessoas para acolher a Cristo.

“Antes que ele (o Messias) chegasse  João pregou um batismo de conversão para todo o povo de Israel.  Estando para terminar sua missão  João declarou: ‘Eu não sou aquele que pensais que eu seja. Mas vede, depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias’” (Atos).

Santo Agostinho escreve belamente a respeito do nascimento do  Precursor: “João apareceu como ponto de encontro  entre os dois  Testamentos, o antigo e o novo. O próprio Senhor o chama de limite quando diz: A lei e os profetas até  João Batista  (Lc 16,16).  Ele representa o antigo e anuncia o novo. Porque representa o Antigo Testamento, nasce de pais idosos; porque anuncia o novo é declarado profeta ainda estando nas entranhas da mãe. Na verdade, antes mesmo de nascer, exultou de alegria no ventre materno, à chegada de Maria. Antes de nascer já é designado, revela-se de quem seria o precursor, antes de ser visto por ele”.

E Lucas, por ocasião do nascimento do Batista, coloca na boca dos circunstantes  uma questão:  “O que será desse Menino?”  Ora, a Igreja, os cristãos, temos a missão de ser como João, ou seja, através de nossa palavra e de nosso testemunho de vida, preparar os caminhos do Senhor.  Para isso existimos. Somos, como João, preparadores dos caminhos do Messias.


Frei Almir Ribeiro Guimarães

sábado, 23 de junho de 2012

Cicatrizes


Há alguns anos, em um dia quente de verão, um pequeno menino decidiu ir nadar no lago que havia atrás de sua casa. Na pressa de mergulhar na água fresca, foi correndo e deixando para traz os sapatos, as meias e a camisa. Voou para a água, não percebendo que enquanto nadava para o meio do lago, um jacaré estava deixando a margem e entrando na água.

Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais perto um do outro.

Com medo absoluto, correu para o lago, gritando para seu filho o mais alto que conseguia. Ouvindo sua voz, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta ao encontro de sua mãe. Mas era tarde. Assim que a alcançou, o jacaré também o alcançou.

A mãe agarrou seu menino pelos braços enquanto o jacaré agarrou seus pés. Começou um cabo de guerra incrível entre os dois. O jacaré era muito mais forte do que a mãe, mas a mãe era por demais apaixonada para deixá-lo ir...

Um fazendeiro que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e disparou contra o jacaré. De forma impressionante, após semanas e semanas no hospital, o pequeno menino sobreviveu.

Seus pés extremamente machucados pelo ataque do animal, e, em seus braços, os riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas no esforço sobre o filho que ela amava.

Um repórter de jornal que entrevistou o menino após o trauma, perguntou-lhe se podia mostrar sua cicatrizes.

O menino levantou seus pés. E então, óbvio orgulho, disse ao repórter: "Mas olhe em meus braços, eu tenho grandes cicatrizes em meus braços também. Eu as tenho porque minha mãe não deixou eu ir".

Você e eu podemos nos identificar com esse pequeno menino. Nós também temos muitas cicatrizes. Não, não a de um jacaré, qualquer coisa assim tão dramática. Mas as cicatrizes de um passado doloso; algumas daquelas cicatrizes são feias e causam-nos profunda dor.

Algumas feridas, meus amigos, são porque DEUS se recusou a nos deixar ir. E enquanto você se esforçava, Ele estava lhe segurando. Se hoje o momento é difícil, talvez o que esteja lhe causando dor seja DEUS cravando-lhe suas unhas para não te deixar ir. Lembre-se do jacaré, e muito mais dAquele que mesmo em meio a tantas lutas nunca vai te abandonar e certamente vai fazer o que for necessário para não te perder, ainda que para isso seja preciso deixar-lhe cicatrizes.

Fonte: internet

(CIC) Creio no Espírito Santo


"Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo" (1Cor 12,3). "Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai!" (Gl 4,6). Este conhecimento de fé só é possível no Espírito Santo Para estar em contato com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo É ele que nos precede e suscita em nós a fé. Por nosso Batismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, nos é comunicada intimamente e pessoalmente pelo Espírito Santo na Igreja:

O Batismo nos concede a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Espírito Santo Pois os que têm o Espírito de Deus são conduzidos ao Verbo, isto é, ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho ninguém pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Espírito Santo. (Sto. Irineu)

Espírito Santo, por sua graça, é primeiro no despertar de nossa fé e na vida nova que é "conhecer o Pai e aquele que Ele enviou, Jesus Cristo". Todavia, é último na revelação das Pessoas da Santíssima Trindade. São Gregório Nazianzeno, "o Teólogo", explica esta progressão pela pedagogia da "condescendência" divina:

O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai, mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho, fez entrever a divindade do Espírito. Agora o Espírito tem direito de cidadania entre nós e nos concede uma visão mais clara de si mesmo. Com efeito, não era prudente, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o Espírito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma expressão um tanto ousada... É por meio de avanços e de progressões "de glória em glória" que a luz da Trindade resplenderá em claridades mais brilhantes.

Crer no Espírito Santo é, pois, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, "e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado". É por isso que se tratou do mistério divino do Espírito Santo na "teologia" trinitária. Aqui, portanto, só se tratará do Espírito Santo na "Economia" divina.

O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do início até a consumação do Projeto de nossa salvação. Mas é nos "últimos tempos", inaugurados pela Encarnação redentora do Filho que ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa. Então este Projeto Divino, realizado em Cristo, "Primogênito" e Cabeça da nova criação, poderá tomar corpo na humanidade pelo Espírito difundido: a Igreja, a comunhão dos santos, a remissão dos pecados, a ressurreição da carne, a Vida Eterna.

Catecismo da Igreja Católica, §§ 683-686

O medo não pode ter a última palavra na sua vida



“Pois Deus não nos deu um espírito de covardia, mas de força, de amor e de moderação” (2Tm 1,7)

Não permita mais que o medo e a insegurança determinem o ritmo de sua vida. Temos em nós a força que supera as dificuldades e os obstáculos e permanecer firmes, sem nos deixar arrastar pela tristeza, depressão, medo e tantos outros sentimentos que nos prendem.

O medo não vem de Deus, por isso você não deve cultivá-lo. Ele quer que cultivemos pensamentos e sentimentos positivos.

Peçamos ao Senhor, hoje, um espírito de coragem, de fortaleza, para resistirmos às lutas que surgirão ao longo deste dia.

Ò vinde Espírito Criador, as nossas mentes visitais
e enchei os nossos corações com vossos dons celestiais.

Jesus, eu confio em vós!


Do Livro “Comece bem o seu dia”, Luzia Santiago

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O caminho da vida em Deus


"Cada um de nós vive com a esperança de que vai conseguir o que lhe cabe; seja na profissão, na amizade, no amor ou na família. A vida deve nos tornar felizes, pois, em primeiro lugar e antes de tudo, desejamos ser felizes; algo tão simples, porém tão difícil.” (Dom Notker Wolf - Abade-Primaz da Ordem dos Beneditinos)

Às vezes, o caminho da vida parece tão difícil e longo demais. Não tenho forças nem vontade para a jornada. Então, lembro-me de que o bom Deus conhecia esse caminho muito antes de eu ser chamado a percorrê-lo. Ele sempre soube das dificuldades pelas quais eu passaria, a dor que não conseguiria explicar aos outros. Ele sabe e oferece Sua presença.

Talvez, hoje, você esteja oprimido por tristeza. Ela pode ser o peso de um ministério difícil, a preocupação de um casamento problemático, a tristeza de uma criança sofrendo, o cuidado com um parente envelhecendo, o desemprego, os vícios na família, um sonho que custa a se realizar ou outras situações que a vida nos apresenta. “Certamente”, diz você, “Deus não me faria andar dessa maneira. Deve haver outro caminho mais fácil a percorrer”.

Escreve o reverendo David H. Roper: “Mas, qualquer um de nós é sábio o suficiente para saber que alguma outra maneira nos transformaria em filhos melhores e mais sábios? Não, nosso Pai Celestial conhece o melhor, de todos os caminhos possíveis, para nos levar à realização (Salmo 142,1-3)”.

Seus caminhos são mais altos do que os nossos caminhos; Seus pensamentos são mais altos do que os nossos pensamentos (Isaías 55,9). Podemos tomar, humildemente o caminho que Ele traçou para nós, hoje, com absoluta confiança em Sua infinita sabedoria e amor. Ele é mais sábio e mais amoroso do que podemos imaginar. Aquele que vê anteviu e não nos desviará do caminho, pois este está entregue ao Senhor Deus com absoluta confiança (cf. Salmo 37,5).

A nossa vida vive no caminho da providência do Pai Eterno.


Padre Inácio José do Vale


Refletir para decidir




Casas travadas com viga da madeira não virão abaixo por ocasião de um terremoto; da mesma forma, a mente que decide após muito refletir não se deixará abalar no momento do perigo. Mente apoiada em reflexão prudente é como enfeite de estuque em muro polido. Cascalho no alto do muro não resiste ao vento, e mente que vacila diante de opiniões insensatas também não resiste diante de ameaças.

(Eclesiástico 22,16-18)



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Vida - entregá-la a Deus com perfeição



Uns dizem:

a vida é leve, a vida é pesada.

Mas depende de cada um de nós.

Sei de uma coisa,

devo carregá-la, vivê-la,

carregá-la até o fim,

embelezando-a, retocando-a,

melhorando-a e catequizando-a,

para entregá-la a Deus com perfeição.


Josefa Veneranda Dantas, 07-06-2000

 

Por amor tudo suportou


    Para começar, gostaria de fazer uma pergunta que direciono em especial às mulheres e especificamente as que já são mães. Qual de vocês suportaria ver em silêncio, seu único filho sendo massacrado pagando pelos erros que ele não cometeu? Acho que a reposta é óbvia! Nenhuma mãe suportaria essa dor em silêncio, mas Maria por amor a humanidade foi capaz de suportar.

    Quando Maria deu seu sim ao Anjo Gabriel, ela se deu por completo; sabendo que através daquele sim salvaria a humanidade, que o caminho não iria ser fácil, que desde sempre soube que seria provada na dor, mas mesmo assim não hesitou em responder o chamado de Deus.

    Maria acompanhou todos os passos de Jesus ao caminho do calvário, e imagino que a cada queda sofrida pelo seu amado filho, cada chicotada, seu coração sangrava, mas em nenhum momento saiu do lado de Jesus, em nenhum instante o deixou seguir sozinho, pois o amor de Maria dava forças para Jesus prosseguir.

    E esse amor que fez Maria suportar tamanha dor é o mesmo pelo qual ela nos ama, pois tinha o dom de transformar a dor em amor. Então, meus irmãos, quem somos nós para negar o amor a quem nos causa dor, se fomos educados pela Mãe do Amor?

Que Maria Santíssima interceda para que nossos corações estejam abertos para o amor. Paz e Fogo!



Maria Eugênia Dantas - Ministério de Pregação da RCC de Carnaúba dos Dantas-RN

Texto original publicado no blog http://gocarnaubadosdantasrcc.blogspot.com.br