sábado, 15 de dezembro de 2012

#FicaAdica 54




As flores desabrocham para mostrar a semente que ela foi um dia, para revelar toda força de uma trajetória e toda luta de uma vida. O mestre Jesus já nos ensinou que quem quiser salvar sua vida vai perdê-la (cf. Mt 16,25): este na verdade, é um paradoxo da própria vida! Viver não é reter, mas desabrochar, permitir, compartilhar… Na verdade, viver é servir e encontrar alegria e felicidade nessa disposição!
Viver é doar até se perder, até desmanchar-se na saga de ser luz na grande luz que é Deus! Por isso, a flor desabrocha para não morrer em si mesma, a cachoeira cai abismo abaixo sem medo dos rochedos, o mar procura expandir no limite de cada praia… Se você está disposto a perder sua vida em busca de algo maior e eterno, deve ter a coragem da flor, dos rios, dos mares: sempre insatisfeitos com aquilo que limita!
Frei Paulo Sérgio, ofm

Leitura Bíblica: Eclesiástico 48,1-4.9-11

O trecho do Livro do Eclesiástico proclamado na liturgia de hoje  fala do ardoroso  profeta  Elias.  “Naqueles dias, o profeta  Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha… tu foste arrebatado  num turbilhão de fogo, num carro também de fogo”.  No evangelho Jesus diz que  Elias voltou no espírito em João Batista, o profeta da conversão…Mateus, no evangelho, fala de Elias como aquele que veio colocar as coisas em ordem…

Com estas leituras continuamos  nossa caminhada rumo ao Natal. Estamos no tempo das preparações.

Elias é o homem do zelo, do calor, do ardor.  Os que seguem a Jesus precisam ser pessoas que se afastam do  que é morno, sem viço, sem vida.  Falamos de uma vida cristã ardorosa, ou seja,  vida de um seguimento de Jesus feito com empenho, garra, revisão de vida, vigor na oração.  Falamos de um ardor missionário, ou seja, de uma evangelização que não se faz com  apatia, mas toda ela  feita com o fogo de um interior dinâmico.  Jesus afirma em outro lugar do  evangelho que ele veio trazer o fogo a terra e quer que ele arda.  No Apocalipse é dito que Deus vomita os mornos, os que não são nem frios nem quente. Não se deve fomentar um cristianismo emotivo, feito de arrebatamentos psicológicos, de emoções provocadas. Nossa fé precisa ser  fundada no sólido, naquilo que é objetivo e não num mundo de subjetivismos, de  “arrebatamentos” vazios.  De outro lado, deve-se afirmar que uma vida não ardorosa  é uma vida morna.

Elias é considerado como aquele que veio colocar as coisas  em ordem. Ora, João Batista, aquele que é  “repetição” de Elias veio pregar a transformação do ser humano através da conversão.  Conversão quer dizer optar por Deus,  fazer de sorte que o coração humano desejoso de centrar-se em seus interesses e seu mundo se volte para os desejos e as exortações do Senhor.  Está num processo sério de conversão aquele que se entrega à vontade do Senhor manifestada de muitas maneiras. Está num processo de transformação aquele que, fazendo regularmente exame de sua consciência,  corrige a rota:  dá mais do que pede,  vive da lei da generosidade, guarda e esconde o bem que faz,  diz a verdade mesmo que não agrade,  dobra-se sobre a miséria do outro e leva os caídos até ao albergue do amor,  perdoa setenta vezes sete vezes.  João, o Batista, o segundo Elias pregou a conversão.

Elias e o Batista nos preparam para o Natal.

Frei Almir Ribeiro Guimarães