Neste dia santo, em que celebramos o nascimento de Jesus, quero falar-lhes da alegria que é ser cristã, que é renascer com Cristo a cada ano. Relembro agora da viagem que fiz à Terra Santa, quando visitei a Gruta da Natividade. No chão da gruta, uma estrela marca o local do nascimento de Jesus. Emoção que não dá pra exprimir a que senti naquele lugar.
Após a Santa Missa de Vigília de Natal, da qual participei ontem com a comunidade carnaubense, me vi refletindo sobre o nascimento de Jesus. A Eucaristia me fez entrar em comunhão com Cristo e com os irmãos e disso nasceu o que agora partilho com vocês.
Inicio essa reflexão meditando sobre como se deu o nascimento do Filho de Deus, Verbo feito homem para habitar entre nós.
Depois de uma longa viagem, por caminhos em más condições, José e Maria chegaram a Belém. A Virgem provavelmente muito cansada, por causa do estado em que se encontrava. E ali, na cidade de seus antepassados, não conseguiram lugar para alojar-se. É possível que alguém tenha lhes falado sobre umas covas naturais que serviam de estábulo, à saída do povoado. E para lá se dirigiram. Imaginem o quanto a Virgem deve ter ficado angustiada com aquela situação: em seu ventre, prestes a vir ao mundo, estava o Filho de Deus...
E naquela simplicidade mais absoluta, onde nenhuma mãe desejaria dar à luz a um filho, deu-se o maior acontecimento da humanidade: “Estando eles ali, completaram-se os dias do seu parto (Lc 2,6). Maria envolve com imenso amor a criança recém-nascida em uns panos e deitou-a numa manjedoura (Lc 2,7)”. Como o Profeta Isaías já anunciara no Antigo Testamento: “Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado; tem a soberania sobre os seus ombros, e o seu nome é: Conselheiro-Admirável, Deus herói, Pai Eterno, Príncipe da Paz” (Is 9,5). O que de mais íntimo pode acontecer entre uma mãe e um filho aconteceu naquela gruta, em Belém. Se fez homem, por meio de Maria, o Filho de Deus. Ela permanece como testemunha silenciosa do Milagre Supremo.
Já pensaram no que isso significa? Deus escolheu o ambiente mais desumano para que Seu Filho se fizesse homem. Deus escolheu a mais simples de todas as mulheres para passar pela agonia do nascimento de Seu Filho, naquela situação. Da miséria, Deus reaviva a chama da santidade, por meio de uma pessoa. Por que isso? Só posso concluir que Deus quer nos mostrar que nada é capaz de abalar a vontade que Ele tem de nos manter como seus filhos, e Ele usa de outras pessoas para nos alcançar. O nosso renascimento se dá por meio do nascimento de Jesus. A nossa salvação se dá por meio de Jesus. Foi para isso que o Pai enviou o Filho. É para a nossa salvação que Ele, ainda hoje, renasce. Renasce simbolicamente, mas renasce também por meio de um desconhecido, de um amigo, de um irmão, de um momento, de uma situação...
Que possamos neste Natal deixar que Jesus renasça verdadeiramente em nossos corações. Que Ele possa trazer às nossas vidas um pouco sequer que seja de Sua luz divinal, a fim de que sejamos reflexos dessa luz na vida dos que nos cercam, dos que ainda não conhecem o Seu Amor. E que as palavras do Papa Bento XVI possam envolver os nossos pensamentos e atos neste renascimento:
“Deus é tão grande que Se pode fazer pequeno. Deus é tão poderoso que Se pode tornar fraco e vir ao nosso encontro como Menino indefeso, para que O possamos amar. Deus é bom ao ponto de renunciar ao Seu esplendor divino e descer ao estábulo para que O possamos encontrar e para que, assim, a Sua bondade chegue também a nós, se nos comunique e continue a agir por nosso intermédio. (Bento XVI)
Dorme em paz, ó Jesus, pois aqui estaremos, cumprindo a nossa missão. Paz e Unção neste Natal!
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