quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Maria, ensina-nos a estar de pé

A matéria a seguir foi publicada no http://gocarnaubadosdantasrcc.blogspot.com , no dia 21/05/2011, por ocasião do mês Mariano, quando alguns membros da RCC de Carnaúba dos Dantas falaram um pouco sobre Nossa Senhora, a Mãe de Deus.

É fácil ser coerente na hora da exaltação, difícil é sê-lo na tribulação. Maria é o exemplo fiel de que é possível se manter de pé, mesmo nas situações mais difíceis, pois superou a dor e o sofrimento e, com confiança em Deus, desfilou serenidade. Ela teve seu coração traspassado várias vezes pela lança do sofrimento, mas não se deixou abater pela desesperança.
Já no princípio, quando o Anjo Gabriel a visitou, Maria perturbou-se, pois ouviu dele que conceberia e daria à luz um filho, e que ele seria chamado Filho do Altíssimo (Lc 1,31-32). Mas também ouviu do velho Simeão uma palavra diferente: “uma espada traspassará tua alma!” (Lc 2,35). Maria entendeu as palavras, mas não compreendeu. O coração aderiu, mas a mente continuava confusa. No entanto, obedeceu. Sua obediência era baseada na FÉ e no AMOR, não na lógica. E consentiu: “Seja feito em mim conforme a tua palavra!” (Lc 1,38). Maria não era culta, viajada... A Bíblia diz apenas que ela era uma moça virgem, simples, de coração puro e voltada para Deus. Isso bastava para que ela conservasse no coração todos os acontecimentos e meditasse sobre eles.
Por ter FÉ, por AMOR, Maria deixou Deus ser Deus! Por acreditar nos projetos de Deus, Maria se abandonou à Sua ação, se deixou guiar pelos caminhos da vida até chegar ao Calvário. Sinto como se Ela estivesse a sussurrar: “Quanto sofrimento, quanta dor, Senhor! Mas desde o princípio eu sabia que seria assim... ‘Desprezado e rejeitado pelos homens, homem de sofrimento e experimentado na dor’ (Is 53,3). Dai-me forças para suportar, meu Deus! A dor do meu Filho também é a minha dor, porém eu mantenho os votos que fiz a Ti e os cumprirei com ação de graças, porque por meio dEle (do meu filho) o Seu projeto de salvação  triunfará!” Maria conhecia as Escrituras do seu tempo, o Antigo Testamento, conhecia as profecias sobre o Salvador. Por saber que seu querido filho era o Filho de Deus, não lamentou por momento algum o peso de sua cruz, mas orou com fé. Com seu “sim”, recebeu ao pé da cruz seu único Filho, desfigurado pelo martírio. Somente o céu e a terra fizeram barulho. Maria não deu um gemido sequer, mas viveu a sua dor no silêncio da esperança, na confiança no seu Senhor.
Santa Maria, hoje só quero te ver assim, humilde, despida de toda glória, semelhante a nós... Só assim entenderei que é possível nos mantermos de pé. E quero então pedir que me pegue pela mão e me ajude a atravessar esta vida – se for preciso, de sofrimento em sofrimento, de mistério em mistério – esperando paciente pelo dia em que Deus queira me mostrar seus planos para mim, mas sem perder jamais a FÉ, nem a PACIÊNCIA, nem a CONFIANÇA! Mãezinha, Virgem das dores, tu que sabes tão bem o que é perder, o que é sofrer, ENSINA-NOS A ESTAR DE PÉ diante da vida, do sofrimento, da humilhação... Que espelhando-nos no seu exemplo, sejamos capazes de compreender o que Deus quer para nós!

PARA REFLETIR
Se uma Mãe absolutamente santa, como Maria, que merecia que a poupassem de todo o mal, pôde, pela providência de seu Filho, levar a sua cruz, como é que nós, que tão longe estamos de sua santidade, poderemos escapar às nossas?
"Que fiz eu para merecer isto?" Que fizera Jesus? Que fizera Maria?
Não lamentemos que Deus nos tenha enviado uma cruz; aprendamos com Maria a guardar no coração e meditar os acontecimentos, com oração, na escuta da Palavra, acreditando que Ela lá está no Seu lugar, para torná-la (a cruz) mais leve, mais doce, fazendo-a Sua.

Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo tua Palavra. (Lc 1,38)

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