domingo, 1 de janeiro de 2012

Desfazendo os nós




“... perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos...”

Um dia, meditando sobre esse tema, sobre o sentido de desfazer nós que vão se formando na nossa vida e que só servem para atrapalhar a caminhada, li um testemunho de vida lindo, que creio que vale a pena ser conhecido por você:

“Uma jovem que fazia o retiro de dez dias do ‘Tecendo o Fio de Ouro’ procurou-me entre aflita e surpresa dizendo ter-se lembrado de algo que havia, literalmente, esquecido.

Contou-me ela que ao escrever sobre seu pai veio à sua memória que ele era ladrão e homicida. Recordou-se que, ainda menina, teve de ir morar com a avó e mudar-se frequentemente de endereço, sem entender direito o porquê. Quando entrou na adolescência, a avó mostrou-lhe um retrato no jornal dizendo-lhe que era seu pai. A notícia dizia que ele, foragido, havia sido novamente preso. Dizia ainda que ele havia praticado assaltos e matado uma pessoa.

A lembrança desse fato lhe veio sem nenhum aviso e, naturalmente, chocou-a sobremaneira. Ela, entretanto, dispôs-se a acolher o pai como ele era: ladrão, assassino, encarcerado. Decidiu fazer como Jesus: não negar os erros do seu pai, mas acolhê-lo como ele era e perdoá-lo sem nenhuma desculpa, sem nenhuma distorção para encaixar o pai em suas categorias, mas, na verdade, acolhendo-o e amando-o como ele era. Sou testemunha do grande esforço que ela fez e o quanto lhe custou fazê-lo diante de tudo que havia sofrido na vida, sempre a fugir, sempre trancada, sempre sem amigos, sempre vítima do medo da avó.

Algum tempo depois a mesma jovem me procurou. Havia ido para sua terra passar as férias e seu pai, inadvertidamente, a havia procurado. Estava foragido da prisão e tinha medo de ser ‘queimado’, mas queria dizer-lhe que a amava e que durante todos os dezoito anos que tinham passado separados ele não havia deixado de pensar nela um só dia. Os dois se abraçaram, conversaram um pouco e ele saiu. Na mesma noite foi morto em um tiroteio.

Nossa jovem, que tinha uma enfermidade congênita no coração, de volta a Fortaleza fez um transplante de coração, depois de longos anos de sofrimento com implantações de válvulas. Na UTI, onde permaneceu várias semanas, foi testemunho de alegria e esperança para todos. Promovia aniversários e, das mais diversas formas, celebrava a vida. Quando veio a falecer, profissionais que haviam cuidado dela deixaram seus expedientes para desfilar, alguns chorando, diante de seu caixão. Nele, ela sorria levemente. Havia ordenado sua vida para o amor. Havia aberto as portas para a graça de Deus preparar seu pai e ela mesma para o encontro do céu.”

Nesse primeiro dia do ano, sei que muitos foram os cumprimentos por você recebidos, desejos de feliz ano novo, de paz, saúde etc.

Mas você já pensou um pouco nos nós que têm que ser desatados para que, realmente, sua vida seja plena em Deus? É, para que o ano seja repleto de PAZ e AMOR, você também tem que fazer a sua parte.

Do perdão cristão depende o recomeçar de um novo tempo. Inspirado pelo amor misericordioso de nosso Deus, decida-se por ORDENAR A SUA VIDA PARA O AMOR. Se preciso for, PERDOE!

Testemunho publicado no Livro “Tecendo o Fio de Ouro”

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