domingo, 7 de outubro de 2012

Leitura Bíblica: Marcos 10, 2-16


“O que Deus uniu o homem não separe!” (Mc 10,2-9)

O autor do Gênesis, na leitura deste domingo, nos fala da criação do primeiro casal  humano. O olhar do Senhor pousa sobre  Adão.  Ele perambulava pelas  alamedas do Paraíso  com o olhar perdido… Deus reconhece:  “Não é bom que o homem esteja só.  Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele”.

Há um desfile de animais diante do homem.  Adão dá nome a cada um desses animais domésticos, aves e animais selvagens.  E ele não encontrou uma auxiliar semelhante  a ele.

Arma-se um cenário.  Deus faz cair um sono profundo  sobre Adão. Quando este tinha adormecido  Deus  “tirou-lhe  uma das costelas e fechou o lugar com carne”.  Da costela tirada o Senhor formou a mulher.

“Agora sim, osso de meus ossos e carne da minha carne”. 

Homem e mulher, iguais e diferentes, parecidos e diversos.  Os dois se sentem atraídos. Autônomos, é  verdade, mas feitos um bom para o outro. Há essa peregrinação ardorosa do masculino  para o feminino.  Os dois se unem, são companheiros, formam uma só realidade.

Homem e mulher deixam  sua parentela, sua família e constituem uma nova realidade.

Jesus vai valorizar este texto do Gênesis.  Insistirá na indissolubilidade.

Bela e misteriosa a realidade do casamento.  Ele e ela se escolhem. Juntam suas histórias e seus destinos. Vão ganhando tirocínio na construção de uma vida a dois no diálogo, na prestação de serviços, na entrega amorosa dos corpos e dos corações, nas coisas de todos os dias, no projeto da prole que querem ter.  Livremente  fazem uma promessa de entrega.  Dizem um sim com repercussão ao longo de todo o tempo de sua vida. Os dois se sentem profundamente vinculados e constroem uma vida de fidelidade:  fidelidade da mente, do coração e dos corpos.  E projetam sua promessa pelo tempo todo da vida… tempo de colocar filhos no mundo, tempo de vê-los crescer e ganhar asas fortes para poderem voar, tempo de perdoar as falhas um do outro, tempo de rir e de chorar, mas sempre um ao lado do outro.

E os dois passam a ser um sinal concretíssimo do amor de Cristo pela  Igreja. O esposo  Jesus, suspenso entre o céu e a terra,  dá a vida pelos seus como um esposo amante.  Marido e mulher  vivem esse enlace amoroso do  Cristo em sua carne, em seus corações, na família que constituem.

Não é bom que o homem viva só.

Frei Almir Ribeiro Guimarães


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