Um dos salmos
mais queridos do saltério é, indiscutivelmente,  esse que fala do Senhor
que perscruta os corações (138-139).  Em nossa caminhada  espiritual vamos
experimentando vontade e urgência de caminhar na presença do Senhor.  Não
queremos apenas ter  encontros ocasionais com o Senhor.  Vai nascendo
dentro do coração de quem se deixa tocar pelo Senhor a consciência claríssima
da proximidade do Senhor.
O salmista
assim exprime esta ideia:
“Senhor, vós me sondais e conheceis, sabeis quando me sento e me levanto; de longe penetrais meus pensamentos, percebeis quando me deito e quando eu ando, os meus caminhos vos são todos conhecidos”.
Aquele que
busca o Senhor  sabe que sua vida se passa diante de seu semblante. Tem a
convicção  mais serena de caminhar acompanhado pelo  seu olhar não de
policial, de inquiridor, mas de alguém que segue com amor e desejando 
receber a resposta a esse olhar sempre no  regime da fé.
Como crescer
no amor e no conhecimento do Senhor?  Desde a infância,  ou em
outro  momento de sua caminhada, uma pessoa se dá conta da existência do
Senhor.  Os cristãos, ensinados pela tradição do Antigo e do Novo
Testamento, são convidados a envidar esforços de buscar o Senhor.  Na
verdade, devemos dizer que é ele que nos busca e não nós que o buscamos. 
Quando ele nos busca cabe-nos responder aos seus avanços. Ele está à porta e
quer entrar em nossa intimidade.  Deseja que lhe abramos a porta de dentro
para fora.   Por isso, uma regra de crescimento no amor do Senhor é a
de se caminhar na presença do Senhor. Levantamo-nos do descanso da noite. 
Rezamos o Glória ao Pai… Se  o tempo permite recitamos uns dois salmos…
deixamos que as palavras nos penetrem… tentamos nos colocar na presença do
Senhor… ou tomar consciência de sua proximidade. Saímos de casa, trabalhamos e
em determinados momentos  dizemos:  Busco tua presença, busco teu olhar… caminho em
tua presença… Aos poucos vamos nos dando conta de que ele é nosso
companheiro de caminhada… Quando participamos da missa e vivemos os ritos ricos
de tal celebração  é todo um  tempo que o Senhor nos perscruta e nos
vê.  Nas horas da tentação seu olhar não nos abandona.
“Se a aurora
me emprestar as suas asas, para eu voar e habitar no fim dos mares;  mesmo
lá vai me guiar a vossa mão e segurar-me com firmeza a vossa
destra”.   Ele, o Senhor, nos perscruta e nos vê.
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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