O trecho do
Livro do Eclesiástico proclamado na liturgia de hoje  fala do
ardoroso  profeta  Elias.  “Naqueles dias, o profeta  Elias
surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha… tu foste
arrebatado  num turbilhão de fogo, num carro também de fogo”.  No
evangelho Jesus diz que  Elias voltou no espírito em João Batista, o
profeta da conversão…Mateus, no evangelho, fala de Elias como aquele que veio
colocar as coisas em ordem…
Com estas
leituras continuamos  nossa caminhada rumo ao Natal. Estamos no tempo das
preparações.
Elias é o
homem do zelo, do calor, do ardor.  Os que seguem a Jesus precisam ser
pessoas que se afastam do  que é morno, sem viço, sem vida.  Falamos
de uma vida cristã ardorosa, ou seja,  vida de um seguimento de Jesus
feito com empenho, garra, revisão de vida, vigor na oração.  Falamos de um
ardor missionário, ou seja, de uma evangelização que não se faz com
 apatia, mas toda ela  feita com o fogo de um interior
dinâmico.  Jesus afirma em outro lugar do  evangelho que ele veio
trazer o fogo a terra e quer que ele arda.  No Apocalipse é dito que Deus
vomita os mornos, os que não são nem frios nem quente. Não se deve fomentar um
cristianismo emotivo, feito de arrebatamentos psicológicos, de emoções
provocadas. Nossa fé precisa ser  fundada no sólido, naquilo que é
objetivo e não num mundo de subjetivismos, de  “arrebatamentos”
vazios.  De outro lado, deve-se afirmar que uma vida não ardorosa  é
uma vida morna.
Elias é
considerado como aquele que veio colocar as coisas  em ordem. Ora, João
Batista, aquele que é  “repetição” de Elias veio pregar a transformação do
ser humano através da conversão.  Conversão quer dizer optar por
Deus,  fazer de sorte que o coração humano desejoso de centrar-se em seus
interesses e seu mundo se volte para os desejos e as exortações do
Senhor.  Está num processo sério de conversão aquele que se entrega à
vontade do Senhor manifestada de muitas maneiras. Está num processo de
transformação aquele que, fazendo regularmente exame de sua consciência, 
corrige a rota:  dá mais do que pede,  vive da lei da generosidade,
guarda e esconde o bem que faz,  diz a verdade mesmo que não agrade, 
dobra-se sobre a miséria do outro e leva os caídos até ao albergue do
amor,  perdoa setenta vezes sete vezes.  João, o Batista, o segundo
Elias pregou a conversão.
Elias e o
Batista nos preparam para o Natal.
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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