quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Maria, a senhora das senhoras

Comemoramos hoje a Senhora de Guadalupe, Maria que apareceu ao humilde e bom índio Dieguito. Nós, fiéis discípulos de Jesus, aprendemos a olhar com carinho e toda ternura a Mãe desse que é nossa esperança e nossa vida.

A comemoração de hoje é encantadora. A Mãe de Jesus, senhora da glória, aparece a um camponês sincero e simples. Trata-o com ternura e pede que ali, naquele lugar, seja erguida uma igreja. Dieguito convence o bispo e num lugar e num tempo sem rosas, ele consegue  colocar  diante do pastor da diocese muitas destas flores e no manto que as envolvia estavam gravados os traços da Senhora de Guadalupe. Escrevendo sobre o tema o Papa Bento XIV, em 1754, relatava: “Nela tudo é milagroso: uma imagem que provém das flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros; uma imagem estampada numa tela tão rala que, através dela, pode enxergar o povo e a nave da igreja tão facilmente como através de um filó; uma imagem nada deteriorada nem no seu supremo encanto, nem no brilho de suas cores, pelas emanações do lago vizinho que, todavia, corroem a prata, o ouro e o bronze… Deus não agiu assim  com nenhuma outra nação”.

Hoje, Maria está na glória, em corpo e alma. É a Senhora assunta. Em corpo e alma está toda transfigurada junto do Filho. Desde começou a existir essa mulher de Nazaré  não conheceu a desordem, a desarmonia, o pecado. Tudo nela era abertura a Deus. O seu grande refrão: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”.

Lá está ela, Maria do presépio, olhando os pastores simples e pobres que dizem terem sido notificados do nascimento do Menino. Ela escuta e fica admirada. Não sabe o que dizer. Mas guarda tudo no fundo do coração. Acompanha o crescimento do Menino em idade, graça e sabedoria diante dos homens e diante de Deus.  Vive a vida de Nazaré, das coisas cotidianas, das coisas sem muito aparato.  Tem ela o jeito de rezar que tinha Abraão. Certamente, deixou-se impregnar pela espiritualidade dos pobres de Javé pela recitação e ruminação dos salmos. Acompanha de longe os passos do filho e se faz presente na hora das horas cravando suas unhas na cruz, no leito de morte do Menino das Palhas. Depois que tudo havia terminado no alto daquela colina, da colina do Gólgota, ela recebe em seus braços o filho morto, esperando que Deus a arrancasse da morte.  Naquele momento, ela é a Senhora da Pietà.

Maria de Nazaré, Maria das Bodas de Caná, Maria  dos pequenos, Maria de Bernadette Soubirous, Maria de Dieguito,   Maria de Lourdes,  Maria do Advento, Maria da Visitação, Maria do Natal,  Maria Aparecida… Nossa Senhora de Guadalupe.

Frei Almir Ribeiro Guimarães


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