
Mais uma
vez  chega ao fundo de nossos corações o relato da  profissão de fé de
Tomé. Quantas vezes,  de modo particular  após a comunhão da missa,
 na trajetória dos caminhos de nossa tentativa de fidelidade ao 
Senhor temos certeza da força e da presença do  Senhor  e 
dizemos com  Tomé;  “Meu Senhor e meu Deus”.
Vejamos passo
a passo o relato  do evangelista  João. Era o final do primeiro dia
da semana.  Os apóstolos vivem sentimentos  de perplexidade e de
medo.  Afinal, de contas o fim da vida daquele Mestre tão luminoso foi sem
brilho.  Sensação de fracasso e de medo. Os mais íntimos do Senhor estão
com as portas fechadas.
Há qualquer
coisa de inusitado.  O Ressuscitado passa pelas portas fechadas.  Não
está mais sujeito  às leis da física.  É ele, é o mesmo, mas é
diferente.  Saiu do universo das coisas comuns.  Colocando-se no meio
dos seus  deseja-lhes a paz.  Traz a paz da vitória sobre a
morte.  Paz que precisa vencer o medo.  Paz  que  é perdão
dos pecados.  Paz que é dom  do Espírito.
O Ressuscitado
sopra sobre  os apóstolos  confiando-lhes o ministério da
reconciliação, do perdão.  Os corações contritos e arrependidos podem se
purificar nas águas da salvação.  Esse vem da morte e passa pelas portas
fechadas, esse que já  não é da mesma ordem coisas.  Felizes e cheios
de profunda paz aqueles que conseguem reorientar suas vidas e suas 
histórias para as coisas do Senhor depois de viverem o absurdo de  uma
vida vazia e oca,  quando recebem o perdão de suas loucuras e vivem na
paz, plenitude de todos os bens.
Tomé não
estava presente   quando Jesus passara pelas portas fechadas.
Seus  colegas dizem:  Vimos
o  Senhor!   Sim,  viram o Senhor  igual e
diferente, aquele que vive, mas vida na atmosfera de um universo novo. 
Jesus se manifesta novamente e se dirige a Tomé.  Ele se diz o mesmo… pede
que  Tomé  toque suas mãos,  coloque a mão no seu lado.  Há
uma manifestação especial do  Senhor  ao apóstolos com dificuldades
para crer.   Nesse momento é que brota de seu coração aquela
expressão de confiança e de humildade que aprendemos a fazer nossa:  “Meu
Senhor e meu  Deus!”  Felizes os que, pelo testemunho  dos
apóstolos e  das primeiras comunidade de fé , creem sem ver.
A primeira
leitura  tirada dos Atos dá a entender que  os apóstolos continuam a
obra de Jesus:  ensino e cura dos doentes. Repetem-se as cenas: camas,
macas,  gente doente,  gente que quer tocar ao menos a beirada da
roupa dos apóstolos, pessoas que querem que a sombra de Pedro se projete sobre
eles.
O  tempo
pascal nos convida a aprofundar nossa fé na presença do Ressuscitado em nosso
meio.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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