domingo, 26 de maio de 2013

Solenidade da Santíssima Trindade



Sirva de texto de meditação  para esta solenidade  a reflexão a de Nicolau Cabasilas, Padre do Oriente.
“Embora a Trindade santa tenha dado a salvação  ao gênero humano mediante um só e único amor  pelos homens, a fé nos diz que cada uma das pessoas divinas tem contribuição particular.  O Pai reconcilia-se conosco, o Filho opera a reconciliação e o Espírito Santo é  dom concedido aos que se tornaram amigos de Deus.  O Pai nos libertou, o Filho foi o preço de nosso resgate; o Espírito Santo é a liberdade. De fato lá onde o Espírito se  faz presente há liberdade (2Cor 3, 17), diz  Paulo.  O Pai nos criou, o Filho nos recriou e o Espírito nos faz viver (cf. Jo 6,63).
Na criação inicial a Trindade estava presente em figura:  o Pai plasmava, o Filho era a mão do plasmador, o  Espírito, o sopro que inspirava a vida.  Por que digo isto?  Somente na nova criação foram reveladas as distinções de Deus.  Em todo o tempo  Deus derramou seus dons sobre  sua criação, mas não se encontra nenhuma revelação que se refira só ao Pai, só ao Filho ou só ao Espírito Santo, mas todos são comuns à Trindade pois com um só poder, uma só providência e uma só ação criadora ela realiza todas as coisas.
No desígnio da salvação  com o qual restaurou  o gênero humano, renovando-o foi a Trindade inteira que quis minha salvação  e que providencia sua realização, mas não  a Trindade inteira que a efetivou.  Seu artífice não é nem o Pai, nem o Espírito, mas somente o Filho. Foi ele que assumiu a carne e o sangue,  ele foi  flagelado, sofreu e morreu e também ressuscitou. Por estes mistérios a natureza humana retomou vida e foi instituído o batismo, novo nascimento e nova criação.  Por isso, no batismo é necessário invocar  Deus  distinguindo  as pessoas – o Pai, o Filho, o Espírito Santo – que somente a nova criação nos revelou.

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