domingo, 8 de janeiro de 2012

Um anjo em minha vida




Era uma manhã de feriado em São Paulo, quem conhece esta metrópole pode imaginar o silêncio e a solidão que povoam suas ruas em dias assim... Parece que quase nada se move e as pessoas estão em algum lugar do planeta, menos nas ruas, no trânsito ou no metrô, como acontece em dias comuns. A um tempo atrás vivi uma experiência no mínimo interessante. Participei de um curso em São Paulo que, por incrível que pareça, teve início numa manhã de segunda-feira, num feriado nacional. Não tive escolha, precisei enfrentar o desafio de pegar ônibus, pedir informações e chegar ao local ainda desconhecido, sozinha. Mas foi exatamente neste dia em que vivi a maior experiência com um anjo em minha vida.

De volta à capital paulista neste final de semana, enquanto passeava pelas ruas, contemplava a beleza arquitetônica da cidade e permitia que a brisa do fim de tarde trouxesse-me às boas recordações e lembrei-me do "anjo". Naquele dia, acordei bem cedo e seguindo as orientações, dirigi-me ao ponto do ônibus. O problema é que tomei a direção contrária a que deveria e como não tinha a quem pedir informações fui seguindo em frente. Andei bastante, até que desconfiada das referências, fui visitada pelo medo e insegurança. Nesse instante, percebi vindo em minha direção um senhor, que caminhava tranquilo e solitário, como quem não tem pressa. Era a única pessoa que eu encontrara até aquele momento do dia. Sua presença não me causou medo nem dúvidas, como era de se esperar, e sim, paz e segurança. Quando lhe pedi informações, ouviu-me com atenção e fez-me compreender o quanto estava equivocada, oferecendo-me companhia, uma vez que estaria indo na direção que eu deveria seguir.

Hoje, fico imaginando como é que não relutei em segui-lo? O certo é que caminhamos juntos. O retorno pareceu bem mais rápido, alguns comentários sobre o tempo, o feriado ou coisas assim, e o silêncio reinou na maior parte da caminhada.
 

Chegando ao ponto determinado, avisou-me que eu deveria esperar ali, pois o ônibus logo viria. Conferiu as informações que eu trazia, reforçou as recomendações que já havia me dado e ausentou-se para um ponto ao lado, como se estivesse esperando outro transporte. Chegando o ônibus pelo qual eu esperava, sinalizou com a cabeça que estava certa, entrei e logo procurei assento ao lado da janela, a fim de acenar para ele na saída. Mas, para minha surpresa, já não o enxerguei, o que seria impossível naturalmente, pois não havia lugar onde ele pudesse entrar tão rápido e se tivesse caminhado seria provável enxergá-lo por perto.

Fiquei pensativa, mas precisava seguir meu rumo. O curso, os novos colegas e os acontecimentos do dia roubaram minha atenção do inusitado encontro matinal. Por um bom tempo não passou em minha mente a idéia de que aquele senhor fosse um anjo, até que durante uma conversa com o Professor Felipe Aquino, narrei a experiência e disse-lhe que se aquele homem aparentasse minha idade poderia até ser um anjo, já que a Palavra de Deus afirma que – ao nos criar – o Senhor nos confia um anjo da guarda.

Grande foi minha surpresa quando o professor explicou-me que os anjos de Deus se apresentam de acordo com as necessidades de cada momento. No meu caso, o aspecto de um senhor maduro com os traços de pai, transmitiram-me a segurança que um aspecto jovem como o meu não conseguiria transmitir na ocasião. Aí compreendi a intervenção divina e fiquei muito grata a Deus que, em sua bondade, está sempre conosco. Por amor, o Senhor envia seu socorro por intermédio de vários meios, indo além do nosso entendimento e expectativas. Cabe a nós acolhermos com docilidade e discernimento as suas intervenções e cofiarmos cada vez mais no seu amor.
 

Talvez você, como eu, já tenha vivido experiências assim e nem se deu conta de que estava sendo ajudado por um anjo... Em todo caso, sejamos gratos ao único Senhor que rege o céu e a terra e move o universo para nos fazer bem. A Ele todo louvor! A você ânimo e confiança, Deus não deixará que você se perca nas estradas da vida. Enviará seu anjo para ajudá-lo!

Djanira Silva, Missionária da Comunidade Canção Nova

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