domingo, 12 de agosto de 2012

Deus nutre os seus

Evangelho de hoje: João 6,41-51

Quadro I
Elias, o profeta ardoroso que um dia haveria de ser arrebatado aos céus num carro de fogo,  experimenta desânimo. Cambaleante penetra no deserto… Caminha um dia todo.  Vai ruminando tristeza… Sente-se rejeitado e há os que  querem lhe tirar a vida… Depois de tanto andar, exaurido,   senta-se ao pé de uma árvore e pede a Deus a graça de morrer.  Cansado, deita-se e dorme. Um anjo lhe traz pão assado e um jarro com água… O anjo aparece duas vezes… “Elias  levantou-se, comeu e bebeu e, com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Horeb, o monte de Deus”.  Figura do Povo que havia percorrido os quarenta anos de deserto… figura de Jesus que passaria quarenta dias a seco no deserto… Elias que, revigorado com o pão que vem do céu continua a ter coragem…

Quadro II
Jesus se apresenta como pão e alimento.  “Eu sou o alimento que Deus quer lhes dar… sou pão, água, fonte de vida…. Em minha fragilidade sou força… Sou o filho de José… vocês conhecem minha  parentela…Precisam compreender que eu desci do céu… Não estranhem que eu diga e insista e repita:  Eu sou o Pão da vida.  Não murmureis…”.  Os ouvintes de Jesus queriam um Messias poderoso e potente.  Tinham dificuldade em acolher esse filho de gente simples de Nazaré.

Quadro III
E continua Jesus:  “O pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”. Nunca nos cansamos de contemplar os últimos momentos da trajetória  de Jesus. Foi desdobrando aos olhos de todos os desígnios do Pai. Sempre mostrou-se fiel, fidelíssimo.  Fiel ao Pai e fiel ao homem.  Ele via os caídos, os fracos, os doentes, os que tinham as marcas do pecado. E tendo amado os seus, como diz o apóstolo, amou-os até o fim.  Arrancou de suas entranhas de sua voz, de seu corpo toda essa disposição nobilérrima de dar a  vida pelos seus. Amando-os até o fim entrega-se ao mundo.

Quadro  IV
A mesa da toalha branca está diante de nossos olhos.  Há um cálice com vinho generoso e um prato com pão branco.  O ministro ordenado toma o pão e o vinho.  Sua voz ecoa na catedral imensa ou na capelinha pendurada na favela: “Isto é meu corpo que é derramado por vós… Este é cálice da nova e eterna Aliança.  “Eu sou o pão vivo descido do céu na cruz e no altar. Os que se alimentam de minha palavra, de meu amor, do pão do altar têm a vida que não acaba. E o pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”.  Que esplendor!


Frei Almir Ribeiro Guimarães – www.franciscanos.org.br

Nenhum comentário: