Evangelho de hoje: João 6,41-51
Quadro I
Elias, o
profeta ardoroso que um dia haveria de ser arrebatado aos céus num carro de
fogo, experimenta desânimo. Cambaleante penetra no deserto… Caminha um
dia todo. Vai ruminando tristeza… Sente-se rejeitado e há os que
querem lhe tirar a vida… Depois de tanto andar, exaurido,
senta-se ao pé de uma árvore e pede a Deus a graça de morrer.
Cansado, deita-se e dorme. Um anjo lhe traz pão assado e um jarro com água… O
anjo aparece duas vezes… “Elias levantou-se, comeu e bebeu e, com a força
desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Horeb, o
monte de Deus”. Figura do Povo que havia percorrido os quarenta anos de
deserto… figura de Jesus que passaria quarenta dias a seco no deserto… Elias
que, revigorado com o pão que vem do céu continua a ter coragem…
Quadro II
Jesus se
apresenta como pão e alimento. “Eu sou o alimento que Deus quer lhes dar…
sou pão, água, fonte de vida…. Em minha fragilidade sou força… Sou o filho de
José… vocês conhecem minha parentela…Precisam compreender que eu desci do
céu… Não estranhem que eu diga e insista e repita: Eu sou o Pão da
vida. Não murmureis…”. Os ouvintes de Jesus queriam um Messias
poderoso e potente. Tinham dificuldade em acolher esse filho de gente
simples de Nazaré.
Quadro III
E continua
Jesus: “O pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”. Nunca nos
cansamos de contemplar os últimos momentos da trajetória de Jesus. Foi
desdobrando aos olhos de todos os desígnios do Pai. Sempre mostrou-se fiel,
fidelíssimo. Fiel ao Pai e fiel ao homem. Ele via os caídos, os
fracos, os doentes, os que tinham as marcas do pecado. E tendo amado os seus,
como diz o apóstolo, amou-os até o fim. Arrancou de suas entranhas de sua
voz, de seu corpo toda essa disposição nobilérrima de dar a vida pelos
seus. Amando-os até o fim entrega-se ao mundo.
Quadro
IV
A mesa da
toalha branca está diante de nossos olhos. Há um cálice com vinho
generoso e um prato com pão branco. O ministro ordenado toma o pão e o
vinho. Sua voz ecoa na catedral imensa ou na capelinha pendurada na
favela: “Isto é meu corpo que é derramado por vós… Este é cálice da nova e
eterna Aliança. “Eu sou o pão vivo descido do céu na cruz e no altar. Os
que se alimentam de minha palavra, de meu amor, do pão do altar têm a vida que
não acaba. E o pão que eu darei é minha carne para a vida do mundo”. Que
esplendor!
Frei Almir Ribeiro Guimarães – www.franciscanos.org.br
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