domingo, 24 de março de 2013

Ramos e Paixão do Senhor




Há alegria no ar. Jesus entra na capital religiosa de seu país.  Entra saudado com ramos de oliveira, cantos de hosana.

“Acompanhemos  o Senhor, que corre apressadamente para a sua Paixão, e imitemos os que foram ao seu encontro.  Não para estendermos  à sua frente, no caminho,  ramos  de  oliveira ou de palma, tapetes ou  mantos, mas nos prostrarmos aos seus pés, com humildade e retidão de espírito, a fim de recebermos o Verbo de Deus que se aproxima, e acolhermos aquele Deus que lugar algum pode conter”  (Santo André de Creta).

O  Mestre escolhe a pobreza total e radical para levar os homens à festa do amor de seu Pai.  Jesus se esvazia em sua encarnação.  “Na encarnação  Jesus fez sua a pobreza radical do homem perante Deus. Coerente com esta sua escolha, apoiou-se na palavra do Pai, que nas Escrituras lhe indica o caminho para  cumprir sua  missão;  não se subtraiu à condição de homem pecador, e ao sofrimento que provém do egoísmo, nem aos limites da natureza humana, entre os quais, antes de tudo, a morte.  Um homem como todos, um pobre em poder de todos;  assim mostra o sucinto e  objetivo relato  dos evangelistas.  Vemo-lo como uma vítima da intolerância e da injustiça, um amotinador  ou, quando muito, um sacrificado pelos seus por um falaz calculo político. Mas, isto não   bastaria para fazer dele um salvador.  O que resgata sua morte, o que  a transfigura  -  para ele e para nós – é o imenso peso de amor  com que faz o dom da vida, para libertar-nos da violência e do ódio, do fanatismo e do medo, do orgulho e da autossuficiência;  para tornar-nos   -  como ele -  disponíveis a Deus e aos outros, capazes de amar e de perdoar, de ter confiança e  reconstruir, de crer no homem ultrapassando as aparências e as deformações”  (Missal Dominical da Paulus, p. 250).

Demos ainda a palavra a  André de Creta: “Alegra-se  Jesus Cristo, porque deste modo nos mostra a sua mansidão e humildade e se eleva,   por assim dizer, sobre o ocaso de nossa infinita pequenez ; ele veio ao nosso encontro e conviveu  conosco, tornando-se um de  nós, para nos elevar e  nos conduzir a si”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Nenhum comentário: