terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Quem são os anjos



Os anjos são uma realidade de fé. São servidores e mensageiros de Deus, pois “contemplam constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (cf. Mt 18,10), diz Jesus. Mas também são poderosos executores da sua Palavra, obedientes ao som dela (cf. Sl 103,20). O Catecismo da Igreja Católica nos diz:

“Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu fi1ho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus [...]."

Os Evangelhos e toda a vida de Jesus são marcados pela presença dos anjos; e tanto a vida dos apóstolos como a dos primeiros cristãos experimentam a mesma graça, porque, de fato, os anjos estão em nossas vidas. Todos precisaram deles, Pedro não foi uma exceção, nem Paulo, nem Maria; nem tampouco Zacarias ou João Batista. E por que Jesus precisou dos anjos? É simples! Porque, além da sua divindade, Jesus era homem e, como homem, também tinha um caminho a seguir, uma missão a realizar.

No Livro do Êxodo lemos: “Mandarei um anjo à tua frente, para que te guarde pelo caminho e te introduza no lugar que eu preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde; ele não suportará vossas rebeliões, pois nele está o meu nome. Mas se de fato ouvires sua voz e fizeres tudo quanto te disser, eu serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários” (Ex 23,20-22)

É Deus quem fala: “Mandarei um anjo à tua frente para que te guarde pelo caminho e te introduza no lugar que eu preparei”. Não nos resta nenhuma dúvida: Deus nos preparou o Céu. O caminho, então, não é uma estrada para o sucesso.  É muito mais! O anjo estão ao nosso lado para nos proteger, amparar e nos conduzir para o lugar que Deus preparou, e este lugar é o Céu; é o próprio Deus.

Anjo não é uma história, nem conto de fadas; é um espírito celeste e com personalidade própria. Eles são muitos e diferentes uns dos outros; exatamente como nós que, como pessoas, somos diferentes uns dos outros e temos personalidades distintas. Porém, são superiores a nós, pois não precisam de um corpo e, assim, não estão sujeitos às limitações que nosso corpo nos impõe.

Etimologicamente, anjo significa mensageiro, o que, como afirma Santo Agostinho, indica a função e não a natureza. Os anjos podem ser definidos como “substâncias intelectuais, puramente espirituais, criadas por Deus e superiores aos homens”. Sendo “puros espíritos”, não possuem um corpo, embora certos padres e escritores eclesiásticos tenham lhes atribuído certa corporeidade.

Com base na Escritura e na tradição, a Igreja definiu como “verdade de fé” não apenas a existência dos anjos, mas também sua criação. A Sagrada Escritura, e especialmente São Paulo, que evoca a tradição, informa-nos que os anjos são distribuídos em nove hierarquias: Querubins, Serafins,Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos.

No próprio ato da criação, os anjos foram “elevados à ordem sobrenatural”, mas nem todos perseveraram nela. São Tomás de Aquino ensina que não apenas é diferente dos outros, mas também constitui, por si, uma “espécie”. Ainda de acordo com ele, os anjos estão presentes em determinados lugares, e não alhures, onde executam sua ação específica.

Fonte: Livro “Anjos – Companheiros do dia a dia”, Mons. Jonas Abib

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