Com a liturgia deste sábado  terminamos 
a leitura contínua do sublime Livro de Jó. Sublime?  Talvez não seja o
melhor adjetivo para qualificar este texto. Texto impressionante e
tocante  É certamente o mais belo relato dos sofrimentos do inocente. Por
detrás do semblante de Jó está Jesus, o justo sofredor por excelência. 
Este relato coloca diante de nós o sempre impenetrável mistério do sofrimento
do justo.
Nesta derradeira leitura vamos encontrar com um Jó sereno e humilde: “Senhor,
passou a tormenta.  Tu conheces todos os cantos da vida de um ser humana,
perscruta os cantos de nossos corações. Tenho vergonha de ter discutido com a
Providência.  Reconheço que para ti nenhum pensamento é oculto.  Nos
meus discursos falei de coisas que eu não entendia.  Tenho necessidade de
pedir perdão.  Conhecia o  Senhor apenas de nome.  Agora, neste
estágio de minha caminhada de fé conheço-o  com meus olhos.  Peço
desculpas de minhas falas e faço penitência na cinza e na poeira”. 
Assim  Jó falou ao Senhor.
O escritor sagrado relata  que o Senhor abençoou  Jó no fim de
sua  vida mais do que no começo.  Aquele que havia perdido tudo agora
estava cumulado de bens:  “Ele possuía agora quatorze mil ovelhas, seis
mil camelos, mil juntas de boi e  mil jumentas.  Teve outros 
sete filhos e  três filhas:  a primeira chamava-se  Rola, 
a segunda Cássia e a terceira  Azeviche.  Não havia na terra mulheres
 mais belas que as filhas de Jó”.
O justo sofredor foi agraciado de bens e bens numerosos.  
Jesus, o justo dos justos,  depois do desprezo e da ignominia, 
retornou à vida, a uma vida nova, de ressuscitado.  Nós, seus discípulos,
ganhamos graça sobre graça da morte e ressurreição do  Justo Jesus.
Depois destes acontecimentos, continua o escritor sagrado,  Jó
viveu cento e quarenta anos e viu seus filhos e os filhos de seus filhos até a
quarta geração.
E livro se fecha belamente  falando da longevidade  de Jó. Um
vida longa, no pensamento do Antigo Testamento, é sinal de bênção divina. 
“E Jó morreu  velho e repleto de anos.
Frei Almir Ribeiro
Guimarães

Nenhum comentário:
Postar um comentário