sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Desejos desordenados


Todas as vezes que o homem deseja desordenadamente alguma coisa, perde o sossego.

O soberbo e o avarento nunca estão sossegados; o pobre, o humilde de espírito vivem em muita paz.

O homem que não é perfeitamente mortificado em si bem depressa é tentado e vencido em coisas pequenas e vis.

O fraco de espírito e que ainda está inclinado ao que é sensual, com dificuldade pode desapegar-se totalmente dos desejos terrenos.

E quando deles se abstém, recebe muitas vezes tristeza e até se enfada caso alguém contradiga.

Porém, se alcança o que deseja, sente logo pesar sobre o remorso da consciência, porque seguiu o seu apetite, o qual de nada lhe aproveitou para alcançar a paz que buscava.

É, portanto, na resistência às paixões que se acha a verdadeira paz do coração, e não as seguir. Não há paz no coração do homem sensual, nem no do que entrega às coisas exteriores, mas no do que é fervoroso e espiritual.

Do Livro “Imitação de Cristo”

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