A estrada do
Advento que nos leva ao Natal vai sendo rasgada pelos corações dos pobres, dos
que constituem o resto fiel de Javé.
Baruc fala de
uma grande alegria. O profeta não encontra palavras adequadas para
descrever o que está para acontecer depois da catástrofe. Jerusalém é convidada
a deixar a veste luto, veste de saco, veste esfarrapada. O povo que
passou pela purificação deverá agora revestir-se de trajes de glória e colocar
na cabeça um diadema de ouro. Quanta diferença! O povo havia saído
escorraçado. O profeta pede que Jerusalém levante a cabeça e aprecie o
espetáculo que faz a mão do Senhor: “Saíram de ti, caminhando a pé,
levados pelos inimigos. Deus os devolve a ti, conduzidos com honras, como
príncipes reais. Deus ordenou que se abaixassem todos os altos montes e as
colinas externas e se enchessem os vales para aplainar a terra para
que Israel caminhe com segurança sob a glória de Deus”.
Que vereda santa é esta? A trilha da conversão e da bondade.
Volta, volta
jubilosa dos cativos a Israel!
“Quando o
Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar, encheu-se de sorriso
nossa boca, nossos lábios de canções” (Salmo 135).
O trecho de
Paulo aos Filipenses proclamado na liturgia deste domingo é cheio de ternura e
de alegria. Desde os primeiros dias os cristãos de Filipos estiveram
unidos a Paulo na pregação do Evangelho. Paulo tem a todos em suas
orações. Ele faz uma declaração consoladora: “Aquele que começou uma
obra boa em vós há de leva-la até à perfeição até o dia de Cristo
Jesus”. Advento, tempo de reflexão, para contemplarmos a ação de Deus em
nós e na Igreja, levando-nos à perfeição.
Tempo de
advento, tempo de espera do Senhor, tempo em que deixamos nosso coração se
voltar para o primeiro amor, em que temos saudade do tempo em que tínhamos
grande e forte desejo de santidade e andávamos empenhamos nesse
sentido. O dia de Cristo Jesus, no quadro da liturgia, é o de sua vinda
entre nós no mistério do Natal.
Paulo escolhe
as mais belas expressões para falar de seu amor pelos filipenses: “Deus é
testemunha de que tenho saudade de todos vós, com a ternura de Cristo Jesus”.
Lucas se
compraz em descrever o dia em que todos verão a salvação de Deus. Era o
décimo quinto ano do império de Tibério César, Pilatos era
governador na Judéia, Herodes administrava a Galileia.. nesse tempo
a palavra foi dirigida a João que morava no deserto, o esguio filho de
Zacarias… Ele fora convocado a percorrer os caminhos dos homens pedindo-lhes
conversão e assim enchia os vales e abaixava as colinas para que houvesse
uma estrada santa para Deus ser recebido no coração dos homens.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
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