Estamos
vivendo o tempo do Natal. Na liturgia de hoje somos convidados a acompanhar os
passos de Maria e de José que levam o seu Menino ao templo  para
apresenta-lo ao  Senhor.  Conhecemos sobejamente a cena que é
delicada, encantadora e profética.
Templo, espaço
consagrado e dedicado ao Senhor que tudo cria, tudo vê e a quem tudo
pertence.  O Deus dos pais, da fé dos antepassados, o Deus dos profetas e
o Deus das  promessas  era ali cultuado.  Naquele espaço do
templo cabem louvor e ação de graças. É para lá que sobem as tribos de Israel e
para também se dirigem José e Maria levando o Menino nos braços e a oferenda de
gente pobre: um par de rolas ou  dois pombinhos.  Ele, sereno e
calmo, ela quase uma menina levando o Menino esperança.
À porta
do  templo um figura veneranda: Simeão, o homem das barbas brancas, aquele
que vivera alimentado pelo sopro da esperança, aquele que vinha do passado e
com sua postura e suas palavras apontava para o futuro.  Com as mãos
trêmulas e o coração agradecido ele toma o Menino nos braços.  Não cabe em
seu peito gratidão e alegria.  Podia agora terminar a caminhada porque
seus olhos estavam vendo a salvação que o Senhor havia preparado para todas as
nações, essa luz  para irradiar claridade e glória para todas as nações.
E os pais do
Menino apresentam o filho a Deus no meio do júbilo do coração do ancião. 
Há muita coisa do natal na cena… Mas há também o mistério da passagem que será
vivido por Jesus no futuro. Não se pode dizer que Maria tenha compreendido todo
o alcance das palavras de Simeão:  “Este  menino vai ser causa tanto
de queda  como de reerguimento  para muitos de Israel. Ele será um
sinal de contradição. Assim serão revelados os pensamentos de muitos
corações.  Quanto a ti uma espada de dor traspassará a tua alma”.
Nestas poucas
linhas estava o futuro do menino:  presença de Deus no meio dos homens,
aceito por uns e solenemente rejeitado por outros.  Em  poucas
palavras estava o mistério da páscoa, da passagem.  E se pode ver Maria,
ao pé da cruz, com uma espada de dor a atravessar-lhe o coração.  Uma
espada de dor haveria de traspassar o peito de Maria.
Naquele dia os
pais levaram o menino ao templo para que fosse apresentado ao Deus todo santo e
de todas as promessas.  Belo o costume dos pais de apresentarem seus
filhos recém nascido ao Senhor presente em nossos tabernáculos…
Frei Almir Ribeiro Guimarães

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