Dica de leitura para meditar neste dia: Apocalipse 22, 1-7
Estamos celebrando o último dia do ano
litúrgico.  Na tarde deste sábado já colocaremos os nossos pés na estrada
santa do advento. As leituras e as orações deste dia apontam para o fim. 
As coisas vão chegando a seu termo.
Muitos dos textos dos evangelhos que falam do fim
das coisas, do fim dos tempos, do fim de Jerusalém  usam uma linguagem
apocalíptica e forte nem sempre compreensível  numa primeira abordagem. Os
céus se escurecerão, o sol e a lua, os astros e as estrelas despencarão do
firmamento.  Há  qualquer coisa de terrificante que produz
medo.  Por isso faz bem meditar o texto da antífona de entrada: “O Senhor
fala de paz a seu povo e a seus amigos e  a todos os que voltam para ele”
(Sl  84,9).
A leitura do Apocalipse nos coloca diante de um dos
mais belos textos do Novo Testamento.  O vidente fala de rio de água
viva  que brotava do trono de Deus e do Cordeiro…Tudo é vida, tudo é
vitalidade.  A água que vem de Deus e do peito do Cordeiro  levam
vida a todos.  Fala-se da árvore  dá vida, uma  nova árvore,
diferente da árvore do paraíso da qual os primeiros pais comeram no fruto que
os levou à  morte.  As folhas agora servem para curar as
nações.  Folhas de vida!
Tema da vida e tema da luz.  “Não haverá mais
noite;  não se precisará mais da luz da lâmpada  nem da luz do sol,
porque o Senhor Deus vai brilhar sobre eles e eles reinarão por toda a
eternidade”.  O  Senhor anuncia sua vinda para breve.
Ah!  Essas vindas todas do Senhor.  A
vinda do Senhor na carne do Menino das Palhas e a vinda nas inspirações, 
a vinda nos sacramentos e a vinda no final de nossa história pessoal, a vinda
no final de todos os tempos.  Estamos começando a sentir  no canto da
boca  um gosto de advento e sentir no olfato um perfume da vinda do 
Senhor. Uma das mais importantes posturas do cristão é a da vigilância. 
Somos salvos pela graça, por iniciativa de Deus.  Mas cabe a cada um
adotar um postura de vigilância.
Fim de um ano litúrgico!  Acabamos de
percorrer uma longa estrada que começou com a promessa da vinda do Messias, com
o nascimento do menino na simplicidade do presépio.  Estivemos no deserto
com o Senhor antes de sua vida pública. Acompanhamos os passos do Senhor na
Semana Santa e estivemos junto do sepulcro vazio com Madalena. Estivemos com
apóstolos no tempo da ascensão. Percorremos meses de escuta da Escritura e de
tempo de renovação de nossos propósitos e de educação  de nosso coração de
discípulos. Tudo termina.  A partir da tarde deste sábado tudo 
recomeça.
Frei Almir Ribeiro
Guimarães

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