terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Leitura Bíblica: Mateus 23, 1-12



Não basta a simples prática religiosa. Não é suficiente a realização de um programa mínimo de observâncias morais e litúrgicas. A fé exige muito, tudo. Requer todo empenho do corpo, do coração e da vida. Não podemos nos satisfazer com uma  religião de “tranquilidades piedosas”. O salmo nos lembra:  “Ao que procede retamente mostrarei a salvação que vem de Deus” (Sl 49(50),4).  Essa retidão é exigente.

Isaías faz suas exortações:
“Lavai-vos, purificai-vos. Tirai a maldade de vossas ações de minha frente. Deixai de fazer o mal” . Um claro convite a uma mudança de comportamento. O ser humano faz a experiência do coração fissurado e dilacerado. Quando recebe a graça do arrependimento  precisa de uma purificação. A água, a lavação do corpo é sempre símbolo de uma  purificação interior. Lavar-se, purificar-se pelo arrependimento, pela reparação do pecado, sobretudo, pela ação de graças diante da misericórdia de Deus.

Nas linhas da leitura de hoje  encontramos uma das mais belas afirmações da Escritura a respeito da misericórdia do Senhor para com os pecadores;  “Ainda que vossos pecados sejam como púrpura, tornar-se-ão brancos como a neve.  Se forem vermelhos como o carmesim, tornar-se-ão como lã”.

“Aprendei a fazer o bem!”  Isaías exemplifica modos e maneira de realizar o bem: procurar o direito, corrigir o opressor, julgar a causa do órfão e defender a viúva. Estamos diante do obras de justiça e de atenção delicada para com as pessoas mais fragilizadas pela vida e deixadas de lado. O órfão e a viúva sempre foram tidos como pessoas merecedoras de  especial cuidado por parte dos corações retos.

Mateus, depois de relatar a postura religiosa falsa  dos mestres da lei e dos fariseus, com seu gosto pelos belos títulos e com sua sede prestígio, exorta os seus leitores e ouvintes de Jesus:
  • Que na terra não chamem a ninguém de pai, pois nosso único pai e aquele que está nos céus.
  • Que não sejam chamados de guia, porque Cristo é o único guia.
  • O maior é o que serve e quem se exalta será humilhado.

Trata-se, pois, de reagir a um formalismo. Nada de praticar por praticar.  Nada de viver de repetição monótona sem a dimensão da profundidade cristã.  Vivemos à luz fortíssima da fé num mundo novo em gestação.  Somos ativos construtores desse universo que é o Reino de Deus.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Nenhum comentário: