quarta-feira, 1 de maio de 2013

Trabalho, expressão de amor



Nesta festa de São José Operário pode ser de proveito refletir sobre algumas linhas do Papa  João Paulo II em sua Exortação Apostólica Redemptoris Custos:

Uma das expressões cotidianas de amor  na vida da  Família de Nazaré  é o trabalho.  O texto evangélico especifica  o tipo de atividade mediante o qual  José procurava garantir  o sustento da família: o ofício de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da  vida de José. Para Jesus, este período abrange  os anos da vida oculta, de que fala o evangelista, em seguida ao episódio  acontecido no templo:   Depois desceu com seus pais para Nazaré e era-lhes obediente (Lc  2, 51).

Esta submissão, ou seja, esta obediência  de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação  no trabalho de José.  Aquele que era designado o filho do carpinteiro (Mt 13,55),  tinha aprendido o ofício de seu pai adotivo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, pode-se também, analogamente, dizer  o mesmo do trabalho de Jesus  ao lado de José carpinteiro.

Em nossa época a Igreja pôs em realce este aspecto, com a inclusão da memória litúrgica de São José Operário, fixada no dia 1º de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual,  é de modo especial valorizado no Evangelho.  Juntamente com a humanidade do Filho de Deus, ele foi acolhido no  mistério da  Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças à oficina de trabalho, onde ele exercia o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o  trabalho humano  do mistério da Redenção.

A importância do trabalho  na vida do homem exige que se conheçam e se assimilem  todos os seus conteúdos, para, através dele ajudar os demais homens a aproximarem-se de Deus,  Criador e Redentor, e a participarem de seus desígnios salvíficos relacionados ao homem e ao mundo.  Teria ainda o trabalho um papel relevante na vida do homem com Cristo, participando, mediante uma fé viva, na sua tríplice missão de sacerdote, profeta e rei.

Trata-se, em última análise, da santificação da vida cotidiana, na qual cada pessoa deve empenhar-se, segundo o próprio estado, e que por ser proposta de acordo com um modelo acessível a todos: São José é o modelo dos  humildes,  que o cristianismo enaltece  para grandes destinos; é a prova de que para ser bons e autênticos  seguidores de Cristo  não se exigem ações grandiosas, mas são indispensáveis  virtudes comuns,  humanas e autênticas.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

Nenhum comentário: