
Paulo, em sua  Segunda Carta aos cristãos
de  Corinto,  empenha-se em desdobrar os elementos fundamentais da
vida nova em Cristo. Nos versículos anteriores o apóstolo havia se
 apresentado como pregador de Jesus  Cristo, o Senhor. Afirma 
que Deus brilha na face de Cristo e assim  somos iluminados pela luz
divina. Esta é uma de suas teses mais queridas.
Ora, esta vida nova iluminada, esse tesouro,
carregamos em vasos de barro.  É a força divina na fragilidade humana:
fragilidade pelo fato de sermos criaturas, fragilidade devido ao pecado que
mora em nós, fragilidade  em encontrar meios e modos de tornar o Amor
amado,  fragilidade  por causa da falta de paciência de esperar a
ação do Senhor.
Bem ciente de suas fragilidades, Paulo reconhece
uma força que vem em seu socorro:  afligidos de todos os lados, mas não
vencidos;  colocados no meio de imensas dificuldades, mas sem perder a
esperança; perseguidos, mas não desamparados; chegando mesmo a ser derrubados,
mas não aniquilados.  Paulo lembra um ensinamento: os que são de
Cristo  levam em si  mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que
a vida de Jesus seja neles manifestada.
Insiste o apóstolo no tema da morte a si. “Somos
continuamente entregues à morte  por causa de Jesus, para que também a
vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal”.   Estamos
na doutrina da participação dos fieis no mistério pascal de Cristo.  Ele
morre e de sua morte o Pai arranca a vida, a vida de ressuscitado.  Os que
a esta morte são associados  pela conversão e pelo batismo são criaturas
novas.  Participam da vitória de Cristo.  Assim, vai se realizando em
nós o processo de iluminação.  Estamos  “certos de que aquele que
ressuscitou o Senhor  Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos
colocará ao seu lado….”.
Os que carregam a graça em vasos barro  não
atribuem as vitórias e conquistas a si mesmos.  Nesse contexto fazemos
nossas as palavras do salmo 115 (116B): “Guardei a minha fé mesmo dizendo: ‘É
demais o sofrimento em minha vida’.  Confiei  quando dizia na
aflição: ’Todo homem é mentiroso, todo homem’”.
Frei Almir Ribeiro
Guimarães
www.franciscanos.org.br
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