Que alegria experimentamos quando,
depois de muito tempo, andando de um lado para o outro, como
peregrinos, viandantes e forasteiros, conseguimos voltar à casa: encontrar os
que amamos, comer juntos à mesa, viver na familiaridade. É doce e
confortador para o soldado que tinha partido para a guerra estar de volta
e ser acolhido pela esposa e pelos filhos no coração da pátria. Que
alegria quando um pai de família que trabalha em outras terras pode voltar ao
lar. São experiências profundamente tocantes e encantadoras. Os
viandantes retornam a casa.
Há uma outra forma de distância: quando se
peregrina longe da terra do amor devido ao pecado. Não se tem paz, não se
consegue experimentar intimidade. Anda-se feito sombras de um lado
para o outro.
Paulo, no trecho da Carta aos Colossenses hoje
proclamado, fala do término da vida de estrangeiros para os discípulos do
Senhor: “Vós que outrora éreis estrangeiros e inimigos pelas manifestas más
obras, eis que agora Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu no seu
corpo mortal, para vos apresentar como santos, imaculados,
irrepreensíveis diante de si”. Um gênero de vida a ser abandonado e outro
a ser abraçado. Vida nova em Cristo Jesus. Vida que começa quando se
morre ao homem velho e se renasce de Cristo Jesus. Tudo começa com o
batismo do qual muitos não têm consciência viva, mas se refaz a cada dia quando
se renuncia às más ações.
Paulo apresenta algumas características desse homem
novo: “Eis que agora Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu
no corpo mortal, para vos apresentar como santos, imaculados,
irrepreensíveis diante de si”.
Não convém descansar sobre o dom concedido. O
tempo da vida é longo e precisa ser marcado pela perseverança ao primeiro amor,
aos inícios das vida nova: “É necessário que permaneçais inabaláveis e
firmes na fé, sem vos afastardes da esperança que vos dá o evangelho…”.
Os que fomos conquistados por Cristo alimentamos a fé na presença e na
força do Senhor e ao mesmo tempo respiramos esperança. Paulo é o ministro
dessa esperança.
As manifestações e protestos de rua acontecidos no
Brasil estão a pedir, de alguma forma, a morte do homem velho, marcado pelas
trevas e pela corrupção, pela busca de interesses pequenos e egoístas.
Estamos assistindo, esperamos não nos enganar, de alguma forma, ao
nascimento de coisas novas.
Terminamos esta página com uma oração pela pátria:
“Ó Deus que organizais todas as coisas com admirável providência, acolhei
as súplicas que fazemos pela nossa pátria, para que sejam consolidadas a
concórdia e a justiça pela sabedoria dos governantes e pela honestidade do
povo, trazendo-nos paz e prosperidade”.
Frei Almir Ribeiro
Guimarães
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