sábado, 7 de setembro de 2013

Leitura Bíblica: Colossenses 1, 21-23

Que alegria experimentamos  quando,  depois de muito tempo,  andando de um lado para o outro,  como peregrinos, viandantes e forasteiros, conseguimos voltar à casa: encontrar os que amamos, comer juntos à mesa,   viver na familiaridade. É doce e confortador para o soldado que tinha partido para a guerra  estar de volta e ser acolhido pela esposa e pelos filhos  no coração da pátria.  Que alegria quando um pai de família que trabalha em outras terras pode voltar ao lar. São experiências profundamente tocantes e encantadoras.  Os viandantes retornam a casa.

Há uma outra forma de distância: quando se peregrina longe da terra do amor devido ao pecado.  Não se tem paz, não se consegue experimentar intimidade.  Anda-se  feito sombras de um lado para o outro.

Paulo, no trecho da Carta aos Colossenses hoje proclamado, fala do término da vida de estrangeiros para os discípulos do Senhor: “Vós que outrora éreis estrangeiros e inimigos pelas manifestas más obras, eis que agora  Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu no seu corpo mortal, para vos apresentar  como santos, imaculados, irrepreensíveis diante de si”.  Um gênero de vida a ser abandonado e outro a ser abraçado.  Vida nova em Cristo Jesus. Vida que começa quando se morre ao homem velho e se renasce de Cristo Jesus.  Tudo começa com o batismo do qual muitos não têm consciência viva, mas se refaz a cada dia quando se renuncia às más ações.

Paulo apresenta algumas características desse homem novo:  “Eis que agora  Cristo vos reconciliou pela morte que sofreu no corpo mortal, para vos apresentar como santos, imaculados, irrepreensíveis  diante de si”.

Não convém descansar sobre o dom concedido.  O tempo da vida é longo e precisa ser marcado pela perseverança ao primeiro amor, aos inícios das vida nova:  “É necessário que permaneçais inabaláveis e firmes na fé, sem vos afastardes da esperança que vos dá o evangelho…”.  Os que fomos conquistados por Cristo alimentamos a fé  na presença e na força do Senhor e  ao mesmo tempo respiramos esperança. Paulo é o ministro dessa esperança.

As manifestações e protestos de rua acontecidos no Brasil estão a pedir, de alguma forma, a morte do homem velho, marcado pelas trevas e pela corrupção, pela busca de interesses pequenos e egoístas.  Estamos assistindo, esperamos  não nos enganar, de alguma forma,  ao nascimento de coisas novas.

Terminamos esta página com uma oração pela pátria: “Ó  Deus que organizais todas as coisas com admirável providência, acolhei as súplicas que fazemos  pela nossa pátria, para que sejam consolidadas a concórdia e a justiça pela sabedoria dos governantes e pela honestidade do povo, trazendo-nos paz e prosperidade”.

Frei Almir Ribeiro Guimarães

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