“Fiquem vigiando porque vocês não sabem qual será
o dia e a hora”
Somos todos peregrinos da casa da felicidade. Não conseguimos
chegar a uma plena e profunda satisfação desse imenso desejo de comunhão e de
amor que existe em cada um de nós, esse desejo de comunhão plena. Bebemos de
diferentes fontes sem nunca chegarmos a ser saciados. De fato, nem
sabemos bem como definir essa felicidade que sonhamos alcançar. Ela tem a ver
com paz, com profunda harmonia, com um amor sem sombras e posses para com o
próximo. E bem lá no fundo damo-nos conta que nosso coração é feito para a
comunhão com o Amado, o Esposo, o Senhor.
Conhecemos bem a parábola das jovens que esperavam o noivo para a
festa do casamento. Umas, apesar da demora do noivo, estavam com as lâmpadas
acesas. Puderam entrar para a festa. As outras não fizeram esse
esforço de não dormir e quando o cortejo estava para chegar, estavam
longe, procurando óleo para suas lamparinas. Não puderam entrar para a festa de
casamento. Depois que as mocinhas espertas e vigilantes entraram a porta de
fechou. O tempo terminou, esgotou-se.
Vivemos no mundo. Corremos, trabalhamos, choramos, amamos,
lutamos. E por detrás de tudo o que somos e fazemos essa espera do Senhor
que nos visita do Esposo que vem para que possamos viver com ele a festa da
intimidade… Agora, no lusco-fusco da fé, depois no face a face. Mas o tempo da
vida é longo e a espera cansativa. Começamos nosso caminho de conversão,
ajuntamo-nos a outros de comunidades de advento, de espera, de esperança.
Muitas vezes tivemos as lâmpadas acesas: oração constante,
cuidado de cultivar um coração delicado, atenção à chegada do Senhor no rosto
de um irmão, na sede de um peregrino, na brisa suave que refrescava nosso
rosto. Pode ser também que, devido ao peso da vida, ao sol do meio dia, à
demora da vinda do Senhor deitamo-nos na estrada e assim não pudemos
estar perto da porta de entrada da festa quando ele chegou com as
lamparinas acesas. As virgens dorminhocas não tinha óleo: não tinham
ardor na hora da chegada, estavam meio anestesiadas e assim correram à
cidade para buscar óleo… e foi tarde demais.
A Igreja não é, antes de tudo, uma instituição fria, mas constituída de
discípulos que sempre têm óleo em suas lamparinas. A comunidade dos discípulos
de Jesus está sempre em estado de atenção.
Frei Almir Ribeiro
Guimarães
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