domingo, 5 de agosto de 2012

O alimento que nutre de verdade

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

Longa a caminhada por ocasião do Êxodo do Egito até a Terra da Promissão. Esta foi uma das mais grandiosas aventuras da fé vividas por um Povo que Deus foi conquistando para si.

Houve o desejo de libertação. Moisés animou o povo a sair e, segundo os desígnios de Deus,  liderou  toda a caminhada.  Depois da festa da partida veio o longo caminhar por sendas  pouco conhecidas,  sempre se esperando os sinais de Deus.  Longa e penosa caminhada  que fez com os israelitas tivessem saudades das panelas da terra da escravidão e das cebolas do Egito.  “Quem dera que tivéssemos morrido  pela mão do Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura!”.  O tempo da travessia é longo demais. O Senhor vem em socorro dos seus.  “Com efeito à tarde veio um bando e codornizes e cobriu o acampamento; e, pela manhã  formou-se uma camada de orvalho ao redor do acampamento. Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do deserto uma coisa miúda em forma de grãos, fina como a geada sobre a terra”.  E Moisés:  “Isto é o pão que Senhor vos deu como alimento”.  Era possível continuar a caminhar.  Como Elias ganhou ânimo  quando deitado à sombra de uma árvore viu um jarro com água e um pedaço de pão.

Pão, fome, saciedade… Jesus vai se designar de Pão da Vida.  Muitos dos seus contemporâneos o procuravam porque viam os milagres que ele havia feito… Porque saciara a fome da multidão.  Quando buscarão o pão que dura para sempre?

Jesus, filho de Maria e dom do Pai aos homens, vem alimentar a nossa caminhada e a nossa história. Vem nos propor  um caminho de plenitude: que as pessoa se desvencilhem  do ego, vendam ilusões e bens, andem atrás dele e sintam fome do sopro de sua vida que vem o Espírito que dá carne a ossos ressequidos.  Felizes os errantes e nômades que encontram, no deserto da vida e no êxodo da existência, esse que se designou de Pão da Vida.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

Impossível, neste contexto, não pensar na Eucaristia.  Ali, na peregrinação da vida até a Terra da Promissão  os nômades, andarilhos, com cajado à mão, se revigoram…Aquele pão foi dado no altar da cruz para a vida do mundo… E agora sobre mesa da toalha branca  é mais do que o maná… E os andarilhos se fazem uma só oferenda com aquele que tornou o Pão dos fracos.

“Considera agora qual deles é de maior valor o pão dos Anjos ou a carne de Cristo, que é o Corpo da vida. Aquele maná vem do céu; este  está acima do céu. Aquele, do céu; este, do Senhor dos céus. Aquele é corruptível, se guardado para o dia seguinte; este é totalmente imune de corrupção e quem o tomar piedosamente não poderá experimentar a corrupção. Para aqueles brotou a água da pedra; para ti, o sangue de Cristo. Àqueles, por um momento a água saciou; a ti o sangue de Cristo refrescar para sempre”  (Santo Ambrósio de Milão).


Frei Almir Ribeiro Guimarães – site www.franciscanos.org.br

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