“Eu sou o pão
da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá
sede”.
Longa a
caminhada por ocasião do Êxodo do Egito até a Terra da Promissão. Esta foi uma
das mais grandiosas aventuras da fé vividas por um Povo que Deus foi
conquistando para si.
Houve o desejo
de libertação. Moisés animou o povo a sair e, segundo os desígnios de
Deus, liderou toda a caminhada. Depois da festa da partida
veio o longo caminhar por sendas pouco conhecidas, sempre se
esperando os sinais de Deus. Longa e penosa caminhada que fez com
os israelitas tivessem saudades das panelas da terra da escravidão e das
cebolas do Egito. “Quem dera que tivéssemos morrido pela mão do
Senhor no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão
com fartura!”. O tempo da travessia é longo demais. O Senhor vem em
socorro dos seus. “Com efeito à tarde veio um bando e codornizes e cobriu
o acampamento; e, pela manhã formou-se uma camada de orvalho ao redor do
acampamento. Quando se evaporou o orvalho que caíra, apareceu na superfície do
deserto uma coisa miúda em forma de grãos, fina como a geada sobre a
terra”. E Moisés: “Isto é o pão que Senhor vos deu como
alimento”. Era possível continuar a caminhar. Como Elias ganhou
ânimo quando deitado à sombra de uma árvore viu um jarro com água e um
pedaço de pão.
Pão, fome,
saciedade… Jesus vai se designar de Pão da Vida. Muitos dos seus
contemporâneos o procuravam porque viam os milagres que ele havia feito… Porque
saciara a fome da multidão. Quando buscarão o pão que dura para sempre?
Jesus, filho
de Maria e dom do Pai aos homens, vem alimentar a nossa caminhada e a nossa
história. Vem nos propor um caminho de plenitude: que as pessoa se
desvencilhem do ego, vendam ilusões e bens, andem atrás dele e sintam
fome do sopro de sua vida que vem o Espírito que dá carne a ossos ressequidos.
Felizes os errantes e nômades que encontram, no deserto da vida e no êxodo da
existência, esse que se designou de Pão da Vida.
“Eu sou o pão
da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá
sede”.
Impossível,
neste contexto, não pensar na Eucaristia. Ali, na peregrinação da vida
até a Terra da Promissão os nômades, andarilhos, com cajado à mão, se
revigoram…Aquele pão foi dado no altar da cruz para a vida do mundo… E agora
sobre mesa da toalha branca é mais do que o maná… E os andarilhos se
fazem uma só oferenda com aquele que tornou o Pão dos fracos.
“Considera
agora qual deles é de maior valor o pão dos Anjos ou a carne de Cristo, que é o
Corpo da vida. Aquele maná vem do céu; este está acima do céu. Aquele, do
céu; este, do Senhor dos céus. Aquele é corruptível, se guardado para o dia
seguinte; este é totalmente imune de corrupção e quem o tomar piedosamente não
poderá experimentar a corrupção. Para aqueles brotou a água da pedra; para ti,
o sangue de Cristo. Àqueles, por um momento a água saciou; a ti o sangue de
Cristo refrescar para sempre” (Santo
Ambrósio de Milão).
Frei Almir Ribeiro Guimarães – site www.franciscanos.org.br
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