Há muitos e
muitos anos, um homem partiu, carregando uma cruz grande e pesada. Ela media três metros de comprimento por dois
de envergadura. Enquanto carregava a cruz, lembrava-se do sofrimento de Jesus e
imaginava a dor que Ele havia sentido quando foi crucificado. Assim, o homem
seguia compenetrado em sua resolução e, passo a passo, lentamente carregava a
cruz, cuja ponta inferior se arrastava pelo chão, fazendo um risco na terra.
Depois de muitas horas de caminhada, o homem avistou um morro.
Esgotado como estava, teve dúvidas se conseguiria vencer aquela subida acentuada. Enquanto meditava sobre a dificuldade à sua frente, alguém que passava sugeriu que cortasse um pedaço da cruz, tornando-a mais leve.
“É uma boa
ideia! Diminuindo um pouco a carga, terei mais condições de subir a montanha”.
Assim,
tirou um pedaço da cruz, que se tornou bem mais leve, e continuou sua
caminhada. A cada subida que encontrava no caminho, ele cortava um pedaço da
cruz. Assim, com o decorrer da jornada, a cruz pesada foi ficando cada vez mais
leve e, ao invés da caminhada lenta do início, o homem já podia andar a passo
acelerado e ia cantarolando descontraidamente. Tudo parecia ir muito bem, até
que surgiu em seu caminho um rio caudaloso, cujas águas desciam volumosas, do
alto da montanha, para banhar os vales. A ponte sobre o rio estava partida,
faltando-lhe, exatamente, um trecho de quase três metros no vão central.
Diante
daquele obstáculo, o peregrino fez a seguinte oração: “Senhor, Tu sabes que meu
maior desejo é chegar ao meu objetivo. Venho de longe e agora que me aproximo
de realizar meu sonho, não sei como poderei fazer para, sem arriscar a vida,
chegar ao outro lado do rio. Vês, Senhor, que a ponte está rompida e não tenho
como atravessá-la”.
Então, do
céu, uma voz respondeu: “Meu filho, para transpor este obstáculo com segurança,
basta usar a cruz que eu lhe dei!”
Muito
triste, o homem constatou que a cruz, agora, depois de tantos pedaços cortados,
havia se tornado pequena demais e não vencia o vão que ele precisava transpor.
A cruz do início,
com seus três metros, tinha exatamente a medida de que ele precisava para
ultrapassar a ponte quebrada.
Na vida,
cada um de nós carrega a cruz necessária a nos preparar para vencer os
obstáculos que surgem durante a jornada. Não é maior nem menor: é exata!
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